Todos os posts de Dra. Patricia Alonso

CRIANÇAS ESTÃO SENDO ASSASSINADAS POR CAUSA DA IDÉIA ARCAICA DE QUE TER DOIS PAIS É MELHOR QUE UM

CRIANÇAS ESTÃO SENDO ASSASSINADAS POR CAUSA DA IDÉIA ARCAICA DE QUE TER DOIS PAIS É MELHOR QUE UM

O nome dela era Katy. Ela tinha um pequeno rosto pontudo como um pássaro e um longo rabo de cavalo escuro que corria pelas costas tão reto quanto um lápis. “Você é um bastardo”, ela gritou. Como tínhamos apenas nove ou dez anos, eu realmente não entendi. Ela sorriu quando a confusão se espalhou pelo meu rosto. “Porque você não tem um pai!” E com isso, ela disparou.

Eu tenho plena consciência de que fui criado em uma família monoparental, mas não por causa da ausência de meu pai crescendo – minha vida foi cheia de amor e apoio – mas por causa de como as outras pessoas têm respondeu a isso. Recentemente, o CEO de uma editora, em uma reunião totalmente profissional, perguntou-me casualmente sobre os detalhes do meu relacionamento com meu pai. Eu deveria ter ficado surpreso, mas não estava.

O que é surpreendente, no entanto, é que o mundo ainda pensa que algo está seriamente errado se uma criança não tem dois pais em suas vidas. De fato, claramente, o mundo acredita que o acesso a ambos os pais é tão essencial que eles arriscam a vida das crianças.

Foi isso que foi revelado por uma investigação de Victoria Derbyshire, que revelou que nos últimos cinco anos, quatro crianças morreram porque os tribunais de família do Reino Unido decidiram conceder acesso, às vezes sem supervisão, a pais com histórico conhecido de comportamento físico, emocional. e abuso sexual.

Mais de 120 parlamentares escreveram ao governo pedindo uma investigação sobre o assunto. Na quarta-feira, Theresa May rejeitou esse pedido, acrescentando que “atualmente o Ministério da Justiça não viu evidências que sugiram que seja necessário um inquérito público”.

Em 2016, a Women’s Aid lançou sua campanha Child First, que trata exatamente dessa questão. Produziu um relatório chamado Dezenove Homicídios de Crianças, que “conta as histórias dos casos de 19 crianças, todas intencionalmente mortas por um pai que também era conhecido por ter cometido abuso doméstico. Esses assassinatos foram possíveis através de acordos inseguros de contato com crianças, formais e informais. Mais da metade desses acordos de contato com crianças foram ordenados pelos tribunais. ”

Tal como está, a lei britânica afirma que, a menos que as evidências sejam demonstradas em contrário, é melhor para o bem-estar de uma criança ver os pais o máximo possível. Ao colocar as crianças pequenas sob os cuidados daqueles com histórico de abuso, é claro que os tribunais da família jogam rápido e frouxamente com a idéia de que “evidência” possa ser. Sammy Woodhouse revelou recentemente como um homem que a estuprou e a explorou sexualmente quando ela tinha 14 anos foi oferecido ao conselho de Rotherham um papel na vida de seu filho enquanto ele cumpria sua sentença de prisão.

A insistência em continuar permitindo que pais violentos e abusivos vejam seus filhos revela uma perspectiva profundamente preocupante à espreita em nossos sistemas jurídicos. A preferência de famílias com dois pais é ofensiva para aqueles de nós que prosperaram felizes com um deles. Deduz que uma família monoparental é de alguma forma menor ou inadequada para o bem-estar das crianças. E isso é desatualizado. Existem cerca de 1,7 milhão de famílias monoparentais no Reino Unido e há um número crescente de mulheres optando por criar um filho sozinha. A fetichização de uma “família 2.4” cheira a década de 1950.

O fato de as crianças serem assassinadas também expõe a atitude cansada e tóxica que temos sobre a violência em um ambiente doméstico. Simplesmente não é levado a sério o suficiente, porque, se fosse, as autoridades que têm a responsabilidade de proteger as crianças não permitiriam que os autores tivessem qualquer contato com as crianças.

As estatísticas nos dizem que a maioria das vítimas de violência doméstica são mulheres, e não posso deixar de sentir que a insistência no acesso indica que os direitos de um homem, independentemente do que ele possa ter feito, superam a segurança dos vulneráveis ​​ao seu redor. .

Em alguns casos, o direito de acesso de um homem é uma prioridade maior do que o bem-estar e, possivelmente, a vida de crianças vulneráveis. E essa é uma verdade devastadora para este país ter que reconhecer.

Quando eu era criança, eu podia me desdobrar de garotinhas nos condados de casa que provavelmente tinham ouvido suas mães fofocando sobre a minha que trabalha sozinha. O orgulho pelo que minha mãe conquistou, o amor fenomenal e a hilaridade que ela injeta em minha vida, o encorajamento diário a sonhar, ficar indignado e ser eu mesmo, sempre apagaram qualquer dúvida de que a sociedade goste de ficar na minha frente que eu possa ter perdeu alguma coisa.

E, no entanto, tive sorte de mais maneiras do que jamais poderia imaginar. As crianças estão morrendo, sendo assassinadas, por causa de uma idéia obsoleta de que ter dois pais é melhor que um. Quantos mais terão que morrer até entendermos que uma criança não precisa ver seus pais violentos?

https://www.independent.co.uk/voices/abusive-parents-family-courts-inquiry-theresa-may-children-rotherham-a8916476.html?fbclid=IwAR1Bi48D3nvgBQTS99UvlSRRmsfmhow_CfW4CdHYE4GV8x4Rr4_v6MhgW8U

MENOR VITIMA DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR

VOTO N.°: 17764
APEL.N0
: 994.09.339036-2 [ANTIGO N° 651.030.4-4]
COMARCA: COMARCA DE TATUÍ/FORO DISTRITAL DE PORANGABA
APELANTE: EZEQUIEL BATISTA DE ALMEIDA
APELADA: JULIANA RAMALHO DA SILVA [MENOR IMPÚBERE REP. POR
SUA GENITORA VERA LÚCIA ALVES CARRIEL]
Dano moral – Menor vítima de atentado violento ao pudor – Perturbação psíquica atual e que pode ainda emergir – Dano à dignidade da pessoa humana configurado – Indenização devida – Não provimento.
Vistos.
JULIANA RAMALHO DA SILVA ingressou com ação de indenização por ato ilícito, que, emendada, foi recebida pela MM. Magistrada de o grau como processo de liquidação de sentença, tendo o mesmo, por base,
sentença criminal transitada em julgado na qual o apelante fora condenado pelo crime de atentado violento ao pudor praticado contra a apelada, que contava, à época, com 3 (três) anos de idade.
Aduz a apelada na peça exordial que, em virtude do crime supracitado contra ela cometido, sofreu e sofre inúmeros prejuízos de ordem moral, em razão dos quais requer seja-lhe atribuída indenização no valor de R$ 40.000,00. O réu foi citado e apresentou contestação às fls. 35/44. Houve réplica (fls. 46/49), audiência de instrução e julgamento com oitiva de testemunhas (fls. 109/119) e apresentação de memoriais (fls. 122/137). A D.magistrada julgou a ação procedente, em parte, para condenar o réu a
indenizar a autora em R$ 20.000,00. Apelou o réu às fls. 162, com as argumentações de que não restou comprovado o dano e de que o requerido não foi sequer citado a manifestar-se sobre os termos da inicial. Contrarrazões às fls. 218.
É o relatório.
De proêmio, anoto que não há de se falar em nulidade processual por conta de não haver tido, conforme menciona o apelante, citação para os termos da emenda à inicial, já que o requerimento de emenda,
acostado aos autos nas fls. 21, fora protocolizado em fevereiro de 2006, sendo certo que a citação e apresentação de resposta aconteceram posteriormente (fls. 33 e 35, respectivamente) quando o apelante e seu procurador já poderiam, de pronto, manifestar-se acerca dos termos da exordial já emendada. Trata-se, in casu, da aplicação, correta frise-se, pela digna Magistrada, dos princípios da celeridade processual – que passou ao rol dos direitos fundamentais com a Emenda Constitucional n.° 45/04 – e da instrumentalidade das formas.
Andou bem a r. sentença monocrática em reconhecer o dano moral sofrido pela autora da presente demanda, não havendo como reconhecer que, no caso dos autos, não houve qualquer sorte de abalo moral relativamente à menor impúbere, por mais tenra que fosse sua idade na ocasião. Os menores, como os incapazes em geral, são titulares de patrimônios dignos de tutela, inclusive são legitimados a reivindicarem danos morais (MARIA HELENA DINIZ, Curso de Direito Civil Brasileiro – 7. Responsabilidade
Civil, 23° edição, Saraiva, 2009, p. 211 e J. MOSSET ITURRASPE, Responsabilidad por danos, Buenos Aires, Ediar, tomo IV, 1986, p. 218). Não custa recordar que o colendo STJ referendou indenização de R$ 700.000,00 para compensar, incluindo dano psicológico, menor impúbere que sofreu atentado violento ao pudor por funcionário público estadual (Resp. 1141429 SP, DJ de 5.10.2009, Ministro CASTRO MEIRA).
Tal é, ainda, o entendimento da mais recente jurisprudência do Colendo STJ. Em acórdão publicado em 05.03.2010, da relatoria da Ilustre Ministra Nancy Andrighi, decidiu a Corte pela aplicação de indenização por danos morais em favor de menor que conta com três anos de idade, já que, embora a pessoa em tão tenra idade tenha uma visão diferente de mundo, tem também, a salvo, os consagrados direitos da personalidade. Vejamos:
“DIREITO CIVIL E CONSUMIDOR. RECUSA DE CLÍNICA CONVENIADA A PLANO DE SAÚDE EM REALIZAR EXAMES RADIOLÓGICOS. DANO MORAL. EXISTÊNCIA. VÍTIMA MENOR.IRRELEVÂNCIA. OFENSA A DIREITO DA PERSONALIDADE.
– A recusa indevida à cobertura médica pleiteada pelo segurado é causa de danos morais, pois agrava a situação de aflição psicológica e de angústia no espírito daquele. Precedentes – As crianças, mesmo da mais tenra idade, fazem jus à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, entre os quais se inclui o direito à integridade mental, assegurada a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação, nos termos dos arts. 5o , X, in fine, da CF e 12, caput, do CC/02.
– Mesmo quando o prejuízo impingido ao menor decorre de uma relação de consumo, o CDC, em seu art. 6o
, VI, assegura a efetiva reparação do dano, sem fazer qualquer distinção quanto à condição do
consumidor, notadamente sua idade. Ao contrário, o art. 7o da Lei n° 8.078/90 fixa o chamado diálogo de fontes, segundo o qual sempre que uma lei garantir algum direito para o consumidor, ela poderá se somar ao microssistema do CDC, incorporando-se na tutela especial e tendo a mesma preferência no trato
da relação de consumo.
– Ainda que tenha uma percepção diferente do mundo e uma maneira peculiar de se expressar, a criança não permanece alheia à realidade que a cerca, estando igualmente sujeita a sentimentos como o medo,
a aflição e a angústia.
– Na hipótese específica dos autos, não cabe dúvida de que a recorrente, então com apenas três anos de idade, foi submetida a elevada carga emocional. Mesmo sem noção exata do que se passava, é certo que
percebeu e compartilhou da agonia de sua mãe tentando, por diversas vezes,sem êxito, conseguir que sua filha fosse atendida por clínica credenciada ao seu plano de saúde, que reiteradas vezes se recusou a realizar os exames que ofereceriam um diagnóstico preciso da doença que acometia a criança. Recurso
especial provido. (REsp 1037759 – RJ 2008/0051031-5 – Relatora Ministra Nancy Andrighi, D.J. de 05.03.2010).
Assim, diferentemente do quanto alegado pelo apelante, o abalo moral sofrido pela menor é presumido, ainda que não tenha a apelada, por conta da inocência própria da idade que tinha na época, total consciência dos fatos danosos pelos quais passou.
Cumpre salientar, ainda, que, conforme cediço, os danos aos direitos da personalidade da apelada podem se manifestar da mais variadas formas, conforme relatado nos autos. Ainda que se alegue que a
menor impúbere não tenha sido substancialmente afetada pelos atos contra si praticados no estágio atual de sua vida, haverá sempre a hipótese de tais lembranças nefastas revisitarem sua alma, trazendo conseqüências ainda não demonstradas.
Além do mais, os testemunhos constantes dos autos mencionam, repetidamente, o pavor e o descontrole da apelada relativamente ao apelante. Nessa linha de raciocínio, ainda, imperiosa a menção de que o
Instituto de Criminalística comprovou a presença de líquido seminal na peça íntima da apelada que foi levada à análise (fls. 12), o que autoriza transcrever trecho da obra da doutrina portuguesa (ARMANDO BRAGA, A reparação do dano corporal na responsabilidade extracontratual, Almedina, Coimbra, 2005, p.
85):
“O abuso sexual de crianças também é susceptível de causas efeitos pós-traumáticos configuráveis como dano psíquico. De notar que a pedofília é ela própria considerada uma perturbação psíquica, constando do
elenco do DSM IV, situando-se no âmbito das parafíiias, ao lado do exibicionismo, fetichismo, masoquismo sexual, sadismo sexual, fetichismo travestido e voyeurismo”.
Nota-se, ainda, a alegação do apelado no sentido de que a menor, à época, poderia ter encarado os fatos como forma de carinho, além de mencionar que a criança na sua inocência, entendeu estar sendo tratada com afeto, devido às carícias (sic) (fls. 167). Ora, ao mesmo tempo em que alega falta de prova dos danos causados à menor, praticamente confessa que houve carícias, mas que estas foram encaradas pela apelada como forma de afeto, comprovando que autora e réu tiveram contato, ainda que breve.
Outro argumento do apelado que deve ser rechaçado é aquele segundo o qual a r. sentença contraria o laudo acostado aos autos. Ora, é indiscutível a possibilidade de o magistrado elaborar sentença que não confirma todos os termos da prova pericial, desde que apoiado em outras provas trazidas aos autos, como as declarações de testemunhas e o exame do Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo.
Ademais, anota-se que é tendência da jurisprudência contemporânea a aplicação de indenizações por dano moral não para compensarem a dor sentida pela vítima, o que não se afigura fenomenicamente possível, mas para que se desestimulem determinadas atitudes que carregam em si, indiscutivelmente, ofensa à dignidade da pessoa humana, como no caso dos autos.
Por fim, anota-se que, para o ressarcimento do dano moral, nos termos do art. 5o V e X, da CF e art. 186 do CC/02, não exige alteração do comportamento do lesado, com o que se conclui pela fragilidade dos
argumentos trazidos à baila pelo apelante.
Nega-se provimento.

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?conversationId=&cdAcordao=4367726&cdForo=0&uuidCaptcha=sajcaptcha_05dd5526f6f34fc2835c0b384ade92ce&g-recaptcha-response=03AOLTBLSv6AV-W9Zcdv3Zq3ghEAJfEFeAVlV-jDCc-i9vc9_t7s6rWPYv9N_uyRKeWuoo1eB8lrQDApK8qK1-4hbLgY9n2JfY2yFA0aX2ofS8_GPYE4tWcYL2CW1FnKOqU10SYcJxPr-msrSXYXUgbe-otPGnM-fGvKsaYJRiITD3Mc8XzpXBPub51-FwXySVic1IurNDRX-3VqPUXuQR1Y_qS0FzCdm5Mc2ztYjrsLHZkN2c3J9x2iZamgF5Y5Jicc-ojXj7jwvGC-YQQ61iLQlq4d5qK5rPKaRx7r_KJHH_2eZ6SElld8jNNIBnxP7UCd1CI2G3xEP6MuT2eN3kOD-yZkYVPjhsuVd6QfwLQ06YPOlDfZn5SB7GeK2RFtxTgQ1IM_t43gj1jOQZzDGxlD61IRvpCgcoU6WNAPSPPg50Iqrr2wyoYuYGhdxMnKW-1AXYJCvr2Kg8iFYYnFHfjgybbJL_DsMCTgqEEH0hTXMB7yp26WEF2Myc8yvLzQtmZGN20LDxl2yj6oanUtEncJNjnVlbhDBJrA

ESTUDOS “ACES” DA INFANCIA – III

ESTUDOS “ACE” OU “ESTUDO SOBRE EXPERIÊNCIAS ADVERSAS NA INFÂNCIA”

Quando nos aprofundamos nos “estudos sobre experiências adversas na infância” podemos perceber que se no Brasil fosse amplamente usado poderíamos ter resultados fabulosos, e evitaríamos tragédias como, por exemplo, o “massacre de Suzano”.
Segundo publicado pela imprensa, o crime aconteceu por volta das 9:30 hs, do dia 13/03/2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo.
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, entraram encapuzados, com coturnos táticos e balaclavas de caveira na unidade escolar, efetuando diversos disparos de arma de fogo durante o horário do intervalo e atingindo dezenas de pessoas.
Momentos antes do ataque à escola, Guilherme Taucci havia atirado em seu tio, o comerciante Jorge Antônio de Moraes, dentro de uma revendedora de veículos de Jorge, nas proximidades. O homem foi levado ao hospital mas não resistiu aos ferimentos, morrendo horas depois.
Os assassinos supostamente buscaram ajuda para planejar o atentando no “Dogolachan”, um “imageboard” (fórum onde todos os participantes são anônimos, também chamado de Chan) conhecido por suas apologias ao terrorismo e à violência, com conteúdos pautados em intolerâncias às minorias e machismo.
De acordo com as apurações, entre as motivações que levaram ao massacre estavam o “bullying”, isolamento social e o desejo de superar o massacre em uma escola de Columbine, nos Estados Unidos, pois queriam ser lembrados pela quantidade de mortes e armas. Tinham o pensamento de que faziam um “ato heroico”. Um terceiro suspeito, que não participou do ato e esteve envolvido diretamente, afirmou que eles também tinham a intenção de realizarem estupros.
Atualmente aquela unidade escolar tem passado por uma série de dificuldade em relação aos traumas que esse massacre causou aos alunos. O que fazer?
Uma idéia inovadora nos EUA foi denominada de “Escola Segura”, com o envolvimento da Sociedade no todo, contando desde apoio jurídico, psicológico e órgãos de representação do magistério. Utilizando-se dos Estudo de Experiências Adversas na Infância, na “Escola Segura” o trabalho vai exigir a integração da triagem de experiências adversas na infância nos serviços de saúde e a integração da ciência de experiências adversas na infância nos currículos das escolas de medicina e saúde e educação continuada.
O projeto foi financiado em US $ 200.000 no ano fiscal de 2014, para apoiar “escolas exemplares” que são modelos para a criação de escolas seguras e de apoio, e autoriza assistência técnica para ajudar as escolas a usar uma ferramenta de auto-avaliação e desenvolver planos de ação da escola. Também cria uma comissão para ajudar na implementação estadual da estrutura e fazer recomendações para legislação adicional.
Em suma, o resumo do Projeto de Lei, o que eles descrevem como uma definição “inovadora” de Escolas Seguras e de Apoio, destaca como:
“… escolas que promovem um ambiente de aprendizado seguro, positivo, saudável e inclusivo para toda a escola que permita que os alunos desenvolvam relacionamentos positivos com adultos e alunos, regulem suas emoções e comportamentos, alcancem sucesso acadêmico e não acadêmico na escola e manter a saúde e o bem-estar físico e psicológico e integra serviços e alinha iniciativas que promovem a saúde comportamental dos alunos, incluindo aprendizado social e emocional, prevenção de “bullying”, sensibilidade ao trauma, prevenção de abandono, redução de evasão escolar, saúde mental das crianças, assistência social e educação de jovens sem-teto, inclusão de alunos com deficiência, abordagens comportamentais positivas que reduzem suspensões e expulsões e outras iniciativas semelhantes.”
Um dos terríveis erros dos Governos anteriores, foi a retirada participativa dos pais em Conselhos de Pais e Mestres. Esse era “elo” de ligação entre escola e lar, e vice-versa. Com a retirada deste importante Conselho, abriu a porta para os “Grêmios Acadêmicos” formados por alunos, sem nenhum acompanhamento dos Pais, e com isso, definitivamente ocorreu o afastamento dos mesmos gerando o caos como vimos no episodio acima.
A Sociedade precisa ser participativa em todos os lugares da Sociedade e inclusive nas escolas. Há uma necessidade que seja feito um Projeto de Lei garantindo que os Conselhos de Pais e Mestres voltem, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
Por outro lado, tendo em vista que estamos trabalhando com traumas, há uma necessidade urgente que as Escolas tenham amparo psicológico diariamente, pois a maior parte da Sociedade Brasileira tem passado por sérias dificuldades econômicas, vindo a refletir frontalmente nas crianças e adolescentes, de forma que se esse amparo psicológico não encontramos nos lares, o Estado precisa suprimir, pois segundo o Art. 5º da Constituição Federal quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente assegura a segurança psicológica de todas as crianças brasileiras.
Nos EUA, abriu-se uma “força tarefa” sobre a questão, onde uma das Leis que tem servido de referencia é a Lei 3528 denominada “LEI RELATIVA A ESCOLAS SEGURAS E DE APOIO”, implantada pelo Estado de Massachusetts.
Essa Lei procura trazer representantes da Sociedade Civil como parte integrante das resoluções referentes a Educação, do amplo até o mais restrito. É chamada “Comissão de Escolas Segura e de Apoio” cuja função é colaborar e assessorar o departamento na implementação Estadual da estrutura, como também apoiar e fornecer feedback sobre a implementação Estadual da estrutura pelo departamento.
(https://traumasensitiveschools.org/get-involved/advocating-for-trauma-sensitive-schools/)
Com a implementação do Conselho a meta agora, atendendo as necessidades de cada escola, trabalhar com os traumas mais frequentes através da “Estrutura Flexível” que se baseia nos elementos principais de operações escolares. Essa estrutura comum ajuda as escolas a alinhar as muitas iniciativas que são solicitadas a implementar. Por sua vez, isso leva a melhores resultados para todos os alunos – incluindo aqueles afetados por traumas de Leis e Políticas Estaduais que incorporam a Estrutura Flexível.

CRIANÇAS SÃO MORTAS POR DINHEIRO DO SEGURO

CRIANÇAS SÃO MORTAS POR DINHEIRO DO SEGURO. MARYLAND ESTÁ FAZENDO ALGO A RESPEITO.

É fácil – alguns diriam criminalmente fácil – comprar seguro para a vida de uma criança. Apenas alguns estados estabeleceram regras para se proteger contra fraudes e más intenções. Maryland pode acrescentar seu nome a esse grupo, pois a Assembléia Geral parece pronta para dar a aprovação final à legislação que colocaria novos requisitos nessas transações.

A Câmara e o Senado aprovaram projetos de lei que exigiriam que as companhias de seguros reforçassem os padrões e procedimentos de subscrição antes de escrever apólices de seguro de vida para crianças. As versões respectivas do projeto aguardam votos legislativos finais, mas o bom andamento da legislação até o momento – votos unânimes na Câmara e no Senado – é um sinal encorajador. Salvo qualquer drama de última hora, sempre uma possibilidade em Annapolis, um projeto de lei provavelmente parece ser dirigido ao governador Larry Hogan (R) pelo que esperamos que seja sua assinatura.

Nada destacou a necessidade dessa reforma de maneira mais trágica do que o assassinato de 2012 do príncipe McLeod Rams, de 15 meses de idade, por um pai que havia obtido secreta e fraudulentamente mais de US $ 500.000 em seguro de vida para o garoto. Quase nunca há uma boa justificativa para comprar essa política na vida de uma criança. A facilidade com que o pai de Prince conseguiu obter seguro para o filho – essencialmente por telefone e apesar das finanças instáveis ​​e de um currículo suspeito – mostrou a falta de escrutínio e salvaguardas. Segundo os especialistas em seguros, é muito mais fácil obter uma apólice para uma criança do que para um adulto.

O setor de seguros vê o seguro de vida juvenil como um lucro fácil e foi possibilitado por estados que em grande parte deram às empresas liberdade para estabelecer padrões de subscrição.

Iniciando a mudança em Maryland, estava Del. Erek L. Barron (do D-Prince George), que disse que se interessou pelo assunto depois de ler nossos editoriais sobre a morte de Prince e outros casos. A legislação, patrocinada no Senado por Brian J. Feldman (D-Montgomery), exige que as seguradoras tenham uma justificativa para uma política para jovens e realizem determinadas verificações. Teríamos preferido requisitos ainda mais rigorosos, como o limite que o estado de Nova York aplicou no montante de seguro de vida que pode ser obtido em uma criança, mas esse projeto de lei é um bom primeiro passo. Outros estados – particularmente a Virgínia, onde o pai de Prince morava quando ele obteve o seguro e onde Prince morreu – fariam bem em seguir o exemplo.

https://beta.washingtonpost.com/opinions/children-are-killed-for-insurance-money-maryland-is-doing-something-about-it/2018/03/01/a1785908-1d50-11e8-9de1-147dd2df3829_story.html

ALIENAÇÃO PARENTAL CHEGA AOS COFRES PUBLICOS AMERICANOS… ENFIM A JUSTIÇA SERÁ PUNIDA MORALMENTE!
Agora é a hora de a legislação federal reformar o tribunal de família
14 de setembro de 2018 às 17:38 GMT-3
O filho de 15 meses de Hera McLeod, Prince, foi morto por seu pai em uma visita não supervisionada e ordenada pela corte em 2012.
Em julho de 2012, um juiz de Maryland essencialmente condenou meu filho Prince à morte, concedendo uma visita não supervisionada ao pai .
Muitos são rápidos em descartar o meu caso como extremo porque o pai do meu filho era suspeito de ser serial killer na época da decisão. Nos anos que se seguiram ao assassinato de Prince, já vi vários exemplos que mostram que minha situação é um entre muitos casos perturbadores de abuso horrível de um pai sem custódia. Em resposta a essa crise nacional, o Congresso deve promulgar uma legislação que responsabilize os estados pelos contínuos abusos judiciais contra crianças.
Em fevereiro de 1999, o juiz Michael D. Mason do condado de Montgomery deu a custódia de um menino de três anos a uma mãe que havia sido condenada por assassinar a irmã mais velha do menino . Em 2008, Mason permitiu que Mark Castillo continuasse a ter visitas não supervisionadas a seus filhos, apesar do diagnóstico de doença mental, da resistência de Castillo ao tratamento dessa doença e de sua repetida conversa sobre suicídio. Castillo afogou seus três filhos em um quarto de hotel de Baltimore em uma das visitas.
A Lei da Família 9-101 de Maryland declara que, se um juiz tiver “motivos razoáveis” para acreditar que uma criança foi abusada ou negligenciada por um dos pais, ela deverá então determinar se é provável que ocorra abuso ou negligência novamente se a custódia ou a visita forem concedido ao pai abusivo. A menos que o juiz descubra que não há nenhuma probabilidade de abuso ou negligência infantil adicional, que é um ônus da prova muito menor do que o necessário em um processo criminal, esse juiz deve negar a custódia e os direitos de visita não supervisionada ao agressor . Embora a lei indique claramente como os juízes devem proteger as crianças, juízes que continuamente desconsideram a lei não estão sendo removidos ou sancionados.
As leis da família em todo o país não vão longe o suficiente para proteger as crianças porque permitem que alguns juízes mal treinados, que enfrentam zero consequências por repetidas decisões ruins, determinem se acreditam que uma criança foi abusada.
Em alguns casos, quando o pai não abusivo recebe a custódia física primária, qualquer quantidade de visita não supervisionada pode ser mortal.
De acordo com um estudo publicado este ano pelo Center for Judicial Excellence , pelo menos 636 crianças foram assassinadas por pais envolvidos em uma situação de divórcio, separação, custódia, visitação ou pensão alimentícia nos Estados Unidos desde 2008. O estudo também descobriu que muitos dos homicídios ocorreram depois que os tribunais da família concederam aos pais perigosos acesso às crianças devido a objeções de um pai protetor.
Esses horríveis exemplos de decisões de tribunais de família não são específicos de Maryland. Em junho de 2017, Aramazd “Piqui” Andressian Jr. , de 5 anos, foi assassinado na Califórnia por seu pai durante sua primeira semana de custódia. A mãe do menino alegou violência doméstica no tribunal e tentou limitar o acesso. Em maio, Odin, Caydence e Drake Painter – com idades de 8, 6 e 4, respectivamente – foram baleados pelo pai em sua casa no Texas. Durante o processo no tribunal de família, a mãe disse ao juiz que seu ex-marido era mentalmente instável e havia tentado suicídio. Em 6 de agosto, Kayden Mancuso , 7 anos,foi morta por seu pai durante uma visita ordenada pela corte na Filadélfia. O pai de Kayden recebeu visitas sem supervisão, apesar de um histórico de violência e de uma avaliação de saúde mental ordenada pelo tribunal que revelou que ele sofria de um transtorno depressivo maior com tendências suicidas.
Os oponentes da reforma do tribunal de família podem argumentar que responsabilizar os estados financeiramente, removendo fundos ou desqualificando-os por incentivos, seria difícil devido à crença de que os pais mentem sobre abuso para obter vantagens em casos de custódia. Nos casos em que os pais protetores perdem a custódia dos agressores, os juízes costumam citar “alienação parental” pelos pais protetores como uma razão para dar a custódia ou uma visita mais liberal a um pai abusivo. A American Psychological Association observou a falta de dados para apoiar a chamada síndrome de alienação parental e levantou preocupações sobre o uso do termo; no entanto, o mito de que os pais mentem sobre abuso infantil continua a atormentar a comunidade legal.
Em resposta a esta crise nacional, um projeto de lei da Câmara está ganhando força. O projeto afirma que a segurança infantil é a primeira prioridade dos julgamentos de custódia e visitação, e os tribunais estaduais devem melhorar os julgamentos de custódia onde a violência familiar é alegada. Embora este seja um passo positivo em direção à legislação nacional, o Congresso deve considerar aumentar a resolução financiando um comitê de supervisão para investigar jurisdições em todo o país que repetidamente falham em proteger as crianças. Se um estado não aplicasse leis para proteger as crianças, esse estado perderia o financiamento federal vinculado à resolução. A menos que haja incentivo financeiro para os estados se responsabilizarem, é improvável que os estados responsabilizem juízes errantes por essas decisões fatais.
Quando meu filho morreu, prometi que continuaria lutando contra nosso sistema até que as crianças parassem de morrer como resultado do contato ordenado pelo tribunal com os agressores. Leis estaduais imprudentes permitiram má conduta judicial, e as crianças que morreram em todo o país provam que há uma necessidade urgente de supervisão e legislação federal.

https://beta.washingtonpost.com/opinions/the-time-for-federal-legislation-to-reform-family-court-is-now/2018/09/14/ee5f7a30-ad6a-11e8-8a0c-70b618c98d3c_story.html?fbclid=IwAR1b1FjSxKuyR_mJbNToA57woYATG1777CaHqTMnr1FpZ6evXaD6ycjTpFM

GUARDA COMPARTILHADA E AS CRIANÇAS MOCHILEIRAS

Com a dissolução da família, e da guarda compartilhada, um dos comportamentos mais gritantes que a Justiça vem impondo é que a criança deva viver 50/50 do seu tempo em ambas as casas.

Importante salientar que as famílias nunca vivem com seus membros 50% do seu tempo juntos. Ora estão dormindo, ora estão trabalhando, ora estão na escola, enfim, essa forma de pensar é falaciosa, na medida em que conhecemos como é a vida cotidiana das famílias.

Quando falamos em guarda compartilhada 50/50 estamos colocando as crianças numa situação que nem nós adultos suportaríamos.

Imaginemos todos os dias essas crianças dormindo, uma noite em uma cama, e na outra, em outra cama, alternadamente. Imagine elas deixando de dormir com o cobertor favorito, ter seus pertences prediletos, dormir de determinada maneira. E, por decisão judicial, serem obrigadas a ter duas casas, dois quartos, coisas diferentes em um lugar e no outro. Manterem relacionamento de amizade de forma superficial, pois cada dia estão em casas diferentes. Aos finais de semana precisam se programar com quais amigos vão se encontrar, casa “A” ou casa “B”?

Se o melhor amigo faz aniversário na casa onde não é o final de semana definido pela Justiça, logo vão perder aquela festa onde vai estar a turma toda. Conclusão: No dia seguinte, na escola, todos os seus colegas vão falar da festa “badalada” na qual a criança não pode ir, por causa da “bendita” guarda compartilhada imposta pela Justiça.

Aliás, ninguém perguntou para essa criança como ela se sente, se ela queria ou não viver dessa maneira, ou qual sua opinião a respeito.

Essa criança cresce sofrendo bullying, pois sua condição de vida a faz se sentir “um pato fora da lagoa”. Sente-se deslocada, menosprezada e sua voz não tem vez. Começa a ter comportamento antissocial, e a vida começa a ficar sem sentido, pois a relação de “pertencimento” cada dia mais fica fragilizada.

Ter duas casas é como não ter nenhuma. As crianças são muito pequenas para administrar duas casas, logo, não criam raízes, e essa situação vai se projetar na vida futura dela, quando forem adultas, demonstrando que não tem ambição de possuir bens, porque, enquanto crianças, não foram treinados a adquire coisas e cuidar delas.

Vamos ver se estou certa?

Segundo uma publicação em 2015, a Geração Y, também conhecida como Millennials, já representa a maior parte da população na América e em breve ganhará o seu espaço no mercado de trabalho. Eles são responsáveis por comandar aproximadamente US$ 1,3 trilhão em gastos dos consumidores anuais.

Segundo um estudo realizado nos EUA pela plataforma online de gerenciamento de eventos Eventbrite, os indivíduos nascidos de 1980 a 1996 não só valorizam experiências, mas também dedicam seu tempo e dinheiro com eles próprios.

Ainda de acordo com o levantamento, estes jovens acreditam que a felicidade não está concentrada em bens materiais ou em status na vida profissional, mas sim em criar, compartilhar e capturar memórias adquiridas por experiências.

As gerações anteriores costumavam investir o seu dinheiro em bens materiais, como, por exemplo, possuir o primeiro carro o quanto antes. Já comprar a primeira casa significava a realização de um sonho e os Millennials não têm essa meta como foco principal.

A pesquisa concluiu que 78% dos jovens da Geração Y escolheriam gastar dinheiro com experiências em vez de objetos materiais e 55% afirmaram que estão, mais do que nunca, gastando nestas experiências.

Oito em cada 10 pessoas (82%) frequentaram mais experiências ao vivo no ano passado, como festas, shows, festivais e esportes do que gerações mais velhas (70%). Cerca de 72% dos entrevistados também dizem que gostariam de poder aumentar os seus gastos nessas experiências no próximo ano, mais do que com objetos físicos.

Aproximadamente 77% dos jovens da Geração Y dizem que as suas melhores lembranças foram obtidas de experiências e eventos ao vivo e 69% acreditam que o costume faz com que eles se sintam mais ligados às pessoas, à comunidade e ao mundo.

A pesquisa também fala sobre o FOMO, que significa um medo de que, por exemplo, a pessoa perca uma ótima experiência se deixar de ir a uma festa, considerando que cada evento é único e acontece uma vez na vida. Para a geração, o FOMO não é apenas um fenômeno cultural, mas sim uma epidemia. Quase sete em cada dez pessoas (69%) tem FOMO.

Projetando isso para nos próximos 20 anos, a nova geração não vai querer adquirir carro, mas vão utilizar veículos compartilhados tais como “uber”, metros, ônibus, etc. Também não vão adquirir bens imóveis, logo, o mercado imobiliário ficará lotado de imóveis para a venda e poucos compradores. Teremos um colapso econômico com imóveis baixando de valores, e mesmo assim, sendo vendidos por preço de bagatela, não teremos compradores em potenciais.

Por outro lado essa nova geração, usando o dinheiro como coisas fúteis, tais como festas, viagens, etc., projetando esse comportamento a longo prazo, também serão idosos improdutivos e dependentes economicamente do Estado, pois serão idosos sem familiares, haja vista que essa nova geração não se preocupa em casar, portanto, não terão condições de se auto cuidarem, enchendo a fila dos asilos ou de casas de proteção a idosos do Estado.

Na realidade, o que precisamos trabalhar são nas questões de que, primeiro, pertencemos a uma família e somos parte uns dos outros. Isso é um ponto crucial que precisamos diariamente bater nessa mesma tecla.

O que é importante salientar no contexto familiar não é a questão do tempo, mas na qualidade de tempo que temos gastos entre família. Estar o tempo todo juntos não significa que somos uma família exemplar, pois muitas vezes estar junto o tempo todo, tira de nós a possibilidade de novas experiências e novos informes, que posteriormente devem ser trazidos, discutidos e se for saudável deve ser incentivado para o enriquecimento psicológico do núcleo familiar.

O que precisamos incentivar é mais e mais “Escolas de Pais”, pois na realidade ninguém nasce pai ou mãe, mas torna-se. Os desafios da família moderna são inúmeros, mas as necessidades são as mesmas desde os primórdios. Portanto precisamos trabalhar com o fortalecimento do núcleo familiar em todos os “braços” sociais, seja na escola, universidades, igrejas, clubes, etc. Precisamos realmente fazer um “mutirão” em fortalecimento da família brasileira.

Que Deus nos ajude!

https://guiame.com.br/colunistas/patricia-alonso/guarda-compartilhada-e-criancas-mochileiras.html?fbclid=IwAR11iTUX-GosEHGtIA5Po6iTy3Kgi5geAL5vP5kw5P-eZjqtYErhllYHAcc

NÃO, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE NÃO RECONHECEU A ALIENAÇÃO PARENTAL

NÃO, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE NÃO RECONHECEU A ALIENAÇÃO PARENTAL

Em 25 de maio de 2019, em sua Assembléia Geral em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) votou pela revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) .

A OMS decidiu não reconhecer a alienação parental na CID-11, mas seus apoiadores imediatamente lançaram uma campanha de desinformação.

Como afirma Pierre-Guillaume Prigent , um de nossos membros, em 4 de junho de 2019: “que as associações que advogam o reconhecimento da alienação parental produzem visuais enganosos [como o abaixo] e que o mesmo argumento é repetido por especialistas em alienação parental é ética e cientificamente muito problemática “.

Por exemplo, a ACALPA, uma associação que defende a alienação parental, afirma que a OMS reconheceu recentemente a alienação parental. Ela usa o logotipo da OMS para ganhar credibilidade.

A associação “Eu amo os dois pais”, que também defende o reconhecimento da alienação parental, afirma que a OMS reconheceu recentemente a alienação parental .

Essa campanha de desinformação na França, como enfatizamos em 5 de junho , também procuraria intervir com Nicole Belloubet para corrigir a folha de intranet de 28 de março de 2018 no SAP.

A alienação parental está presente apenas no Índice de Classificação da OMS e não está definida nele, o que significa que não é reconhecido pela Organização como o mostre as duas capturas de tela neste tweet e debunk feitas no final de maio.

A OMS é clara :

O índice alfabético é uma lista de aproximadamente 120.000 termos clínicos (incluindo sinônimos ou expressões). O índice é usado para encontrar os códigos ou combinações de códigos CIM relevantes para os termos. A menção de um termo no índice é usada exclusivamente para codificação. A menção de um termo no índice não implica endosso ou endosso de uma condição específica .

Além disso, o título “Problema de relacionamento entre cuidador e filho”, “Problema de relacionamento entre um cuidador e um filho” está localizado no Capítulo 24 da Classificação . Este capítulo é intitulado “Fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde”, “Fatores que influenciam o estado de saúde ou o contato com os serviços de saúde”, o que significa que não se trata uma síndrome ou um distúrbio: é apenas um fator de contexto. E a definição deste “problema de relacionamento” não corresponde a nenhuma das definições de alienação parental dadas por seus promotores. Além disso, a alienação parental em si nunca é definida na Classificação.

Lembre-se de que alienação parental é um conceito que não é cientificamente fundamentado. A presença desse conceito no índice alertou muitos pesquisadores que abordaram a OMS em uma carta aberta internacional .

Esta nota resumida mostra a falta de rigor científico dos estudos realizados pelos promotores da alienação parental ( metodologia , recrutamento de entrevistados etc.), bem como a existência de conflitos de interesse. De fato, às vezes são as pessoas que executam programas contra a alienação parental que desejam que seja reconhecido. A carta aberta foi assinada por centenas de organizações que lutam contra a violência contra mulheres e crianças que estão cientes de um país para outro das dramáticas conseqüências da mobilização desse pseudo-conceito nos tribunais de família.

O memorando conclui da seguinte forma:

A inclusão do termo “alienação parental” em qualquer lugar da CID-11 provavelmente reforçará as tendências destrutivas existentes nos tribunais de família que causam danos às crianças e seus cuidadores. Além disso, preocupações empiricamente validadas sobre a falta de confiabilidade do conceito podem desafiar a credibilidade científica da Organização Mundial da Saúde e a confiabilidade da Classificação Internacional de Doenças.

Vários estudos confirmam que a alienação parental pode ser usada como estratégia para ocultar a violência conjugal. Em 26 de abril de 2018, o fórum ” Alienação parental: uma ameaça para mulheres e feministas? “, Organizado na Universidade de Quebec, em Montreal (UQAM), fez um balanço do conceito de alienação parental e sua mobilização em situações de violência doméstica no Quebec, Europa e Brasil. As intervenções dos treze intervenientes revelaram que a alienação parental é um conceito que “invalida, nega e oculta as palavras e medos expressos por mulheres e crianças diante da violência masculina” (p.4); que “a mobilização do conceito de alienação parental em situações de violência conjugal coloca em segundo plano os melhores interesses das crianças, atrás do interesse de pais com comportamentos violentos” (p.5); que “o uso do conceito é possível em grande parte pela falta de entendimento e falta de reconhecimento da violência dos homens contra mulheres e crianças, bem como pela confusão entre a violência doméstica e graves conflitos de separação “(p.6); que “várias palavras para se referir à alienação parental facilitam seu uso em situações de abuso conjugal” (p.8); que “a popularização do conceito está relacionada às reivindicações dos masculinistas e do lobby dos grupos de defesa dos direitos dos pais” (p.9).

Um estudo da professora de direito norte-americana Joan S. Meier confirma o testemunho de mulheres que denunciam a tendência dos tribunais de família de colocar a segurança das crianças em um nível secundário . O estudo também confirma que as acusações de alienação parental mobilizadas pelos pais em defesa são eficazes para ocultar sua violência.

Artigo da Rede Internacional de Mães em Luta, revisado em 15 de agosto de 2019

Non, l’Organisation Mondiale de la Santé n’a pas reconnu l’aliénation parentale

ESTUDOS “ACE” OU ESTUDO SOBRE EXPERIENCIAS ADVERSAS NA INFANCIA – II

COMUNIDADES – À medida que o conhecimento sobre a prevalência e as consequências das ACEs aumenta, mais comunidades buscam integrar práticas informadas sobre trauma e construção de resiliência em suas agências e sistemas. Tarpon Springs, Flórida, tornou-se a primeira comunidade informada sobre trauma em 2011. As iniciativas informadas sobre trauma em Tarpon Springs incluem treinamento em conscientização sobre trauma para a autoridade habitacional local, mudanças nos programas para ex-infratores e novas abordagens. para educar os alunos com dificuldades de aprendizagem. Pesquisas com comunidades tribais do índio americano demonstraram que o apoio social e o envolvimento cultural podem melhorar os efeitos das ACEs.
Precisamos levantar um força tarefa de conscientização nos condomínios, por exemplo, alertando que todos somos responsáveis pelo condomínio onde moramos. Que o trabalho que precisamos realizar passa pelo crivo da preservação físico do imóvel, quanto também pelo crivo da moral e dos bons costumes. No item “bons costumes”, envolve o alto volume emitido das unidades que incomodam a todos, alto volume que no seu cerne está brigas, chingamentos e que se não for rechaçado pode redundar em morte.
Inclusive é muito importante alertar os moradores que suicídios e mortes dentro das unidades sofre uma depreciação econômica, como também o condomínio todo. Portanto a “saúde” mental de todos, beneficiará a todos também.
Em decorrência da violência urbana, as crianças estão cada dia mais vivendo enclausuradas dentro de suas casas. O Estado deveria promover incentivos fiscais aos condomínios para que tenham áreas de lazer para as crianças, como também cursos nos salões de festas dos condomínios para que assim as crianças possam ter entretenimento, com direito a certificado de participação promovido pelas Secretarias do Bem estar Social.
Serviços sociais – Os prestadores de serviços sociais – incluindo sistemas de assistência social, autoridades habitacionais, abrigos para desabrigados e centros de violência doméstica – estão adotando abordagens informadas sobre trauma que ajudam a prevenir ACEs ou minimizar seu impacto. A utilização de ferramentas que examinam o trauma pode ajudar um trabalhador do serviço social a direcionar seus clientes para intervenções que atendam às suas necessidades específicas. As práticas informadas sobre o trauma também podem ajudar os prestadores de serviços sociais a ver como o trauma afeta toda a família.
As abordagens informadas ao trauma podem melhorar os serviços de bem-estar infantil: 1) discutindo abertamente o trauma e 2) abordando o trauma dos pais. A Divisão de New Hampshire para crianças, jovens e famílias (DCYF) está adotando uma abordagem informada sobre trauma em seus serviços de assistência social, educando a equipe sobre trauma infantil, examinando crianças que entram em assistência social para trauma, usando linguagem informada sobre trauma para atenuar traumatização adicional, orientando os pais biológicos e envolvendo-os na criação de filhos em colaboração e treinando os pais adotivos para serem informados sobre o trauma.
Em Albany, Nova York, a Iniciativa HEARTS levou as organizações locais a desenvolver práticas informadas sobre trauma. Senior Hope Inc., uma organização que atende adultos com mais de 50 anos de idade, começou a implementar a pesquisa ACE de 10 perguntas e a conversar com seus clientes sobre trauma na infância. A Escola LaSalle, que atende meninos órfãos e abandonados, começou a observar meninos delinqüentes de uma perspectiva informada por trauma e começou a administrar o questionário ACE a seus clientes.
As autoridades habitacionais também estão se informando sobre o trauma. Às vezes, a habitação de suporte pode recriar a dinâmica de controle e poder associada ao trauma inicial dos clientes. Isso pode ser reduzido por meio de práticas informadas ao trauma, como treinar a equipe para respeitar o espaço dos clientes, agendando compromissos e não se deixando entrar nos espaços privados dos clientes, e também entendendo que uma resposta agressiva pode estar relacionada ao trauma.
Estratégias – A autoridade habitacional em Tarpon Springs forneceu treinamento para conscientizar os traumas dos funcionários, a fim de que eles pudessem entender e reagir melhor ao estresse e à raiva de seus clientes, resultantes do mau emprego, saúde e moradia.
Uma pesquisa com 200 pessoas sem-teto na Califórnia e Nova York demonstrou que mais de 50% haviam experimentado pelo menos quatro ACEs. Em Petaluma, Califórnia, o Comitê do Sem Abrigo (COTS) usa uma abordagem informada sobre trauma chamada Suporte Integral Restaurativo (RIS) para reduzir os sem-teto entre gerações. O RIS aumenta a conscientização e o conhecimento sobre as ACEs, e solicita que os funcionários sejam compassivos e se concentrem em toda a pessoa. O COTS agora se considera informado pela ACE e se concentra na resiliência e recuperação.
Portanto, através dos Estudos Sounders, podemos identificar os traumas, e combater os comportamentos repetitivos que nos assolam diariamente, pois esses comportamentos apontam para a nossa necessidade interna.
(https://www.psicologiaviva.com.br/blog/comportamentos-repetidos-mostram-nossas-necessidades-internas/)
Essa “identificação”, a psicologia denomina “inteligência emocional”. (https://www.psicologiaviva.com.br/blog/inteligencia-emocional/) que diferentemente do quociente de inteligência (QI), a inteligência emocional não trata de conhecimentos de cunho intelectual, científico ou acadêmico, mas de saber reconhecer e lidar com sentimentos e emoções, visando ao desenvolvimento pessoal e/ou profissional.
Como já vimos anteriormente, a ciência já comprovou que doenças cardíacas, câncer e diabetes, entre outras, têm relação com sentimentos não trabalhados corretamente pelo paciente.
Nesse ponto é muito importante ressaltar que para caminharmos em projetos importantes, temos que tomar cuidado com técnicas que não são reconhecidas na OMS e na APA, como por exemplo a chamada “Constelação Familiar”.
Essa técnica envolve hipnose, regressão, e inclusive consultas a pessoas que já morreram. Idealizada por Bert Heling, um ex-nazista alemão, que se converteu ao catolicismo, e criou a “CONSTELAÇÃO FAMILIAR” como uma terapia progressista com cunho religioso. Portanto por falta de cientificidade, não concordo com essa “terapia”.
Mas o que é mais importante trabalharmos na Inteligência Emocional é a questão dos 03 princípios da psicologia que é: pertencimento, hierarquia e equilíbrio.
Na verdade, o Brasil está em processo de transição e esses 03 fatores precisam a cada dia ser elaborado em todos os níveis sociais, pois, grande parte dos problemas que hoje enfrentamos é a negação de não pertencermos a nada.
Com a dissolução da Família, e da guarda compartilhada, um dos comportamentos mais gritantes que a Justiça vem impondo é que a criança deva viver 50/50 do seu tempo em ambas as casas.
Importante salientar que as familias nunca vivem com seus membros 50/50 % do seu tempo juntos. Ora estão dormindo, ora estão trabalhando, ora estão na escola, enfim, essa forma de pensar é falacioso na medida que conhecemos como é a vida cotidiana de todos nós.
Quando falamos em guarda compartilhada 50/50 estamos colocando as crianças numa situação que nem nós adultos suportamos.
Imaginemos você todos os dias dormindo uma noite em uma cama, e na outra em outra cama alternadamente.
Você gosta de determinado cobertor, tem seus pertences prediletos, gosta de dormir de determinada maneira, mas por decisão judicial, voce obrigado a ter duas casas, dois quartos, coisas diferentes em um lugar e no outro, sua cama deveria ser trocada pelo menos de 15 em 15 dias, mas é trocada de 30 em 30 dias, porque não é todo dia que voce dorme nela. Voce tem relacionamento de amigos de forma superficial, pois cada dia voce está em uma casa. E aos finais de semana que é o tempo para se programar para divertir, voce (como criança) precisa se programar qual final de semana que voce vai estar para assumir compromissos com seus amigos.
E se seu amigo faz aniversario na casa onde não é o final de semana que voce está, logo, voce vai perder aquela festa que vai estar a turma toda. Conclusão: No dia seguinte na escola todos os seus colegas vão falar daquela festa “badalada” na qual você não pode ir, por causa da “bendita” guarda compartilhada imposta pela Justiça.
Alias, ninguém perguntou para essa criança como ela se sente, se ela queria ou não, ou qual sua opinião a respeito.
Logo, essa criança vai crescendo sofrendo Bulling pois sua condição de vida faz se sentir “um pato fora da lagoa”, você se sente menosprezado e sua voz não tem vez, então começa a ter comportamento anti-social, e a vida começa a ficar sem sentido pois a relação de “pertencimento” cada dia mais fica fragilizado.
Ter 02 casa e como não ter nenhuma. Você não administra nenhuma das duas casas, voce não cria raizes, logo isso vai projetar na vida futura em adultos que não tem ambição de possuir bens, porque enquanto crianças não foram treinados a adquir coisas e cuidar delas.
Vamos ver se estou certa?
A Geração Y, também conhecida como Millennials, já representa a maior parte da população na América e em breve ganhará o seu espaço no mercado de trabalho. Eles são responsáveis por comandar aproximadamente US$ 1,3 trilhão em gastos dos consumidores anuais.
Segundo um estudo realizado nos EUA pela plataforma online de gerenciamento de eventos Eventbrite, os indivíduos nascidos de 1980 a 1996 não só valorizam experiências, mas também dedicam seu tempo e dinheiro com eles próprios.
Ainda de acordo com o levantamento, estes jovens acreditam que a felicidade não está concentrada em bens materiais ou em status na vida profissional, mas sim em criar, compartilhar e capturar memórias adquiridas por experiências.
As gerações anteriores costumavam investir o seu dinheiro em bens materiais, como possuir o primeiro carro o quanto antes. Já comprar a primeira casa significava a realização de um sonho e os Millennials não têm essa meta como foco principal.
A pesquisa concluiu que 78% dos jovens da Geração Y escolheriam gastar dinheiro com experiências em vez de objetos materiais e 55% afirmaram que estão, mais do que nunca, gastando nestas experiências.
Oito em cada 10 pessoas (82%) frequentaram mais experiências ao vivo no ano passado, como festas, shows, festivais e esportes do que gerações mais velhas (70%). Cerca de 72% dos entrevistados também dizem que gostariam de poder aumentar os seus gastos nessas experiências no próximo ano, mais do que com objetos físicos.
Aproximadamente 77% dos jovens da Geração Y dizem que as suas melhores lembranças foram obtidas de experiências e eventos ao vivo e 69% acreditam que o costume faz com que eles se sintam mais ligados às pessoas, à comunidade e ao mundo.
A pesquisa também fala sobre o FOMO, que significa um medo de que, por exemplo, a pessoa perca uma ótima experiência se deixar de ir a uma festa, considerando que cada evento é único e acontece uma vez na vida. Para a geração, o FOMO não é apenas um fenômeno cultural, mas sim uma epidemia. Quase sete em cada dez pessoas (69%) tem FOMO.(https://canaltech.com.br/comportamento/millennials-jovens-preferem-gastar-com-experiencias-do-que-com-bens-materiais-46321/)
(https://oglobo.globo.com/economia/millennials-entenda-geracao-que-mudou-forma-de-consumir-23073519)

Projetando isso para nos próximos 20 anos, tendo em vista que essa noticia foi postada em 2015, a nova geração não vai querer adquirir carro, mas vão utilizar veiculos compartilhados tais como “uber”, metros, ônibus, etc. Também não vão adquiri bens imóveis, logo, o mercado imobiliário ficará lotado de imóveis para a venda e poucos compradores. Teremos um colapso econômico com imóveis baixando de valores, e mesmo assim, sendo vendidos por preço de bagatela, não teremos compradores em potenciais.
Por outro lado essa nova geração, usando o dinheiro como coisas fúteis, tais como festas, viagens, etc., projetando esse comportamento a longo prazo, também serão idosos improdutivos e dependentes economicamente do Estado, pois serão idosos sem familiares, haja vista que essa nova geração não se preocupa em casar, portanto, não terão condições de se auto cuidarem, enchendo a fila dos asilos ou de casas de proteção a idosos do Estado.
Assim, precisamos urgentemente trabalhar nas questões de que, primeiro, pertencemos a uma família e somos parte uns dos outros. Isso é um ponto crucial que precisamos diariamente bater nessa mesma tecla.
O que é importante salientar no contexto familiar não é a questão do tempo, mas na qualidade de tempo que temos gasto entre família. Estar o tempo todo juntos não significa que a família está cumprindo de forma exemplar o seu papel, pois muitas vezes estar junto o tempo todo, tira de nós a possibilidade de novas experiências e novos informes, que posteriormente devem ser trazidos para dentro da família, ser discutido e se for saudável deve ser incentivado para o enriquecimento psicológico do núcleo familiar.
O que precisamos incentivar é mais e mais “ESCOLAS DE PAIS”, pois na realidade ninguém nasce pai ou mãe, mas torna-se. Os desafios da família moderna são inúmeros, mas as necessidades são as mesmas desde os primórdios. Portanto precisamos trabalhar com o fortalecimento do núcleo familiar em todos os “braços” sociais, seja na escola, universidades, igrejas, clubes, etc. Precisamos realmente fazer um “multirão” no sentido de fortalecer a família brasileira.
No quesito HIERARQUIA, penso que está ai o grande vilão das questões familiares. Os papeis hoje se misturam. Em detrimento da questão econômica, temos muitas mulheres trabalhando no mercado de trabalho e muitos homens desempregados. Dessa forma há uma inversão de papéis e grande parte dos processos que visualizamos “abuso de vulnerável” estava exatamente em detrimento desta questão.
Apesar de vivermos em uma Sociedade onde se prega a igualdade parental, não podemos perder de vista que essa “igualdade” passa pelo crivo da “responsabilidade parental”.
A Hierarquia no âmbito familiar é de extrema importância, no entanto, não podemos confundir que essa hierarquia passa pelo crivo da autoridade, mas também pelo crivo do respeito, do amor, da confiança e da ajuda mutua.
Portanto, pai e mãe devem compreender uma Hierarquia de autoridade, como exemplo para com seus filhos, pois a família é a primeira escola da vida. Filhos que não reconhecem a hierarquia família, tem sérias dificuldade de respeitar a hierarquia na escola, no trabalho em todos os ambitos da sociedade.
Portanto, naquela casa onde o pai esta desempregado e a mãe trabalhando, ambos precisam entrar em comum acordo que independente da questão econômica existe uma hierarquia em relação a educação dos filhos. Não é porque a mãe trabalha que ela deve se eximir da responsabilidade da criação de seus filhos, principalmente no que se refere aos cuidados do corpo, sexualidade, etc.
Infelizmente, na atual conjectura, o Estado precisa urgentemente, tomar providencias no sentido de abrir novas frentes de trabalho (finais de semana, empregos noturno, etc) para motivar os homens a voltarem ao mercado de trabalho, e por sua vez, gradativamente, incentivar Mulheres a trabalharem tão somente meio-periodo, para que assim possam se dedicar a educação e cuidado com os filhos. Creio que assim será o primeiro passo para diminuir a questão da violência domestica contra as crianças .
Dra Patricia Alonso – 04/09/2019

ESTUDO “ACE” OU “ESTUDO SOBRE EXPERIENCIAS ADVERSAS NA INFANCIA – I

Depois de estudar exaustivamente sobre a Violência Domestica, sobre estatísticas, sobre como o Judiciário tem julgado casos que envolve violência domestica. principalmente no que se refere diretamente a criança, precisamos urgentemente de respostas e propostas para resolver essa questão e tirar as crianças brasileiras desta UTI a qual estão vivendo.
Segue alguns detalhes importantes que podemos fazer já, e que já terão uma repercussão antes nunca visto:
a) O Governo Brasileiro precisa URGENTEMENTE tomar posicionamentos OFICIAL sobre as pseudociências de forma clara e firme. (Ideologia de Gênero, Síndrome da Alienação Parental, e outras que estão em voga no Brasil). Pois estas Ideologias estão sendo ministradas as crianças e trazendo um estresse enorme. Se somos um pais sério, e que prezamos pela Ciência absoluta, não podemos nos calar com pseudociências, pois a cada dia elas se proliferam e o silencio do Governo, estabelece cada dia mais chances da mentira proliferar e vitimizar ainda mais as crianças em todo o Brasil..

b) ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: Algumas organizações religiosas oferecem serviços espirituais em resposta a traumas identificados pelas pesquisas da ACE.
Nos EUA, por exemplo, o fundador da ACE Overcomers combinou a epidemiologia de doenças traumáticas, a neurobiologia do estresse tóxico e os princípios da Bíblia Cristã em uma pasta de trabalho e em um curso de 12 semanas usado pelos ministros eclesiásticos em vários Estados. Outro exemplo dessa integração de princípios baseados na fé e na ciência das ACEs é o trabalho da Intermountain Residential. São “Escolas” com duração de 02 anos para criança de 4 a 14 anos para trabalhar com questões emocionais com crianças que sofreram fortes estresse em situações excessivamente traumáticas. Nos EUA o capelão Chris Haughee, que criou um currículo chamado “Juncos machucados e mechas fumegantes”, um estudo de seis semanas destinado a introduzir a ciência por trás das ACEs e os traumas da primeira infância no contexto da teologia cristã e da prática ministerial. Publicado em 2017, foi usado por profissionais do ministério em 30 estados, o Distrito de Columbia e duas províncias canadenses. As organizações religiosas também participam do grupo online ACES Connection Network. O ministério Faith and Health Connection também aplica princípios da teologia cristã para abordar os traumas da infância em seus ensinamentos.

c) CAPELANIA ESCOLAR: Precisamos urgentemente expandir o trabalho de Capelania Escolar. É uma excelente ferramenta que não se trata de um trabalho tão somente “Evangelístico”, mas uma forte ferramenta que pode ser trabalhada em grupo, fortalecendo a relação inter-relacional, como também pode expandir para aconselhamento individualizado. A meta principal é desenvolver talentos, habilidades, percepções, respeito pelo próximo e pela pátria.

d) TRABALHAR COM POLÍTICAS PUBLICAS PARA FORTALECER AS FAMÍLIAS. A imprensa tem um papel fundamental para este fortalecimento. Desde as noticias expostas nas primeiras paginas dos jornais impressos ou até mesmo os Jornais virtuais, como também, uma mudança radical e positiva na programação da TV.
É cientifico, que quando sentimos prazer nosso cérebro produz a serotonina, entretanto quando vivemos em estresse nosso cérebro produz cortisol. Com isso o nosso comportamento afetivo é drástico e enfraquecido, indo desde a falta de auto aceitação, passando pela falta de interação social, e pensamento abstrato acelerado.
Nos casos das crianças por exemplo, a falta de administração dos traumas causados por estresse na infância, podem leva-las ao suicídio, depressão, dificuldade em gerenciar a raiva, delinquência juvenil, comportamento de alto risco, abandono escolar, gravidez precoce, criminalidade, doenças hepáticas, pulmonar e cardíacas.
As programações mais estressantes na TV Brasileira estão exatamente no horário em que as famílias estão chegando do trabalho, a esposa está cozinhando, as crianças brincando na sala, então toda a carga de informação negativa é trazida bem nesse horário. A família não senta mais a mesa, e todos a frente da TV estão jantando e assistindo os noticiários mais terríveis. É normal?
Claro que não é normal. Experimenta ver experiências com camundongos como eles se comportam quando estão em estado de estresse. Imagina digerindo alimentação e vendo noticiários de morte, guerra, etc. É caso para se pensar!
O Movimento ACE tem esse condão, todos precisamos fazer a nossa parte para produzirmos cidadãos equilibrados e reconstruir uma Nação destruída pela Violência Domestica.
Se as consequências traumáticas da infância ocorrem a partir do cérebro, então é nele que precisamos estimular a cura. Precisamos estimular o cérebro a trabalhar com o estresse normal da vida, mas com outro olhar (com outra forma de pensar).
Estudos tem demonstrado que as crianças são resilientes e são capazes de superar logo cedo, se forem bem trabalhadas para evitar problemas futuros.
Precisamos identificar os fatores de risco e proteção que influencia a saúde da população infantil para que as adversidades e influencias negativas possam ser administradas pois em ultima instancia, nesse imenso contexto que temos estudado, estamos caminhando a passos largos para um colapso social, portanto procurar saída é uma questão de saúde publica.
Dra. Patrícia Alonso – 03/09/2019
EXPERIMENTO DA ESPERANÇA
(https://www.youtube.com/watch?v=eWfoURVtsNw)

TCC DA DRª. MARCIANE LILIAN LINDEN SOUZA

LEI DE ALIENAÇÃO PARENTAL: A PROBLEMÁTICA ACERCA DA LEI N. 12.318 DE 26 DE AGOSTO DE 2010

1 HISTORICISMO DA “TEORIA DA SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL”

Percebe-se com o decorrer do tempo que as relações familiares foram se tornando cada vez mais frágeis. É preciso que se tenha em mente que a família é algo normalmente arquitetado a partir dos planos e sonhos elaborados por um casal, e que esse núcleo construído que parece ter uma base forte, pode ser rompido facilmente devido decepções, tais como: problemas financeiros, vícios, comportamentos pessoais intoleráveis, ou por algum outro defeito superveniente a relação estabelecida.
É após a dissolução da união do casal que pode ganhar espaço a alienação dos filhos em relação a um dos pais, ou ambos. Os filhos se tornam uma ferramenta de vingança, são programados para romper os vínculos afetivos com aquele genitor que é considerado culpado pela destruição da família, ou por ter provocado alguma dor ou sofrimento.
Sendo de conhecimento comum que o divórcio leva as partes à condição de ex-casal, porém não existe o divórcio para com os filhos, não existe a condição de ex-filho, uma vez gerados e nascidos com vida serão filhos até o fim, e muitas vezes o único contato que resta entre os genitores separados ocorre apenas pelo intermédio dos vínculos afetivos que permanecem entre pais e filhos, mesmo que estes sejam regrados ou impostos pela lei.
Conforme escreve a autora Carolina de Cássia Buosi, “os filhos podem ser a única arma que ainda resta para vingar-se do ex-conjuge.” Sendo assim, não é de hoje que surge a prática do divórcio, e nem os problemas de distanciamento entre filhos e genitores por culpa da separação dos pais.
Na década de 80, nos Estados Unidos houve um surto de divórcios, com vários casos de rejeição por parte dos filhos à uma das partes genitora, o número elevado de casos desta natureza passou a despertar a atenção das autoridades judiciais, que viram a necessidade de avaliação psicológica para entender essas crianças.
Desta forma, Richard Allan Gardner iniciou um estudo que identificou os comportamentos complexos dessas crianças que em casos de disputas de custódia chegavam a proferir falsas acusações de abuso contra o genitor, ele descreveu esses comportamentos que passaram a caracterizar o que chamou de “Síndrome de Alienação Parental”.
A tese do Dr. Gardner se espalhou rapidamente nas perícias psicológicas, nas fundamentações de decisões judiciais e nas alegações das partes, tanto em processos de regulamentação das responsabilidades paternais, bem como nos processos penais de violência doméstica e de abuso sexual de crianças.
O Dr. Richard Allan Gardner foi o percursor a desenvolver uma teoria sobre a síndrome de Alienação Parental, com objetivo de resolver o problema de recusa das crianças em conviver com o genitor que não tinha a guarda. O Dr. Gardner nasceu em 28 de abril de 1931, e no auge de sua vida, aparentemente bem-sucedida, apresentou-se perturbado, consumando suicídio em 25 de maio de 2003, aos 72 anos.
Segundo informações extraídas da Autópsia, ele teve uma morte violenta, após tomar uma overdose de medicamentos prescritos, com uma faca de açougueiro perfurou seu pescoço e peito diversas vezes, encerrando sua vida com uma última facada enterrada no seu próprio coração. Gardner era psiquiatra e psicanalista, também foi professor clínico de psiquiatria na divisão da criança e do adolescente na Universidade da Columbia, sem receber por esta atividade.
No decorrer de sua carreira, o Dr. Gardner presenciou inúmeros casos de disputa de guarda, defendendo a proposição de que as crianças que apresentavam a Síndrome de Alienação Parental haviam sido instruídas por um genitor que denigria o outro sem motivos, apenas por vingança; e ele instruía que nos casos graves a guarda deveria ser invertida o quanto antes.
Conforme narra a promotora de justiça Valéria Scarance, “Ele (Gardner) se especializou na temática de Violência sexual, mas com um olhar voltado à defesa do pedófilo.
Existem registros em doutrinas, de que alguns casos de abuso sexual cometido pelo próprio genitor contra seus filhos, tenham sido absolvidos nos tribunais por falta de provas, fazendo jus aos ensinamentos do Dr. Gardner sobre Alienação Parental como forma defesa do pai agressor, usurpando o lugar da vítima.
Não é de hoje, que está “teoria” parece ter sido responsável por excluir a criminalidade em diversos casos de relações sexuais abusivas dentro dos lares por quem deveria proteger os filhos.
De acordo com os ensinamentos de Maria Berenice Dias a alegação de ocorrência de alienação parental pode se transformar em excludente de criminalidade. E assim, esta pode ser a possibilidade de uma fenda no sentido da lei.
A (SAP) foi definida pelo seu criador em três possíveis estágios, considerados de acordo com a gravidade do processo de alienação, e das consequências advindas da campanha degeneratória, que dependem do tempo que se passou desde o início da alienação até o momento da identificação. No tipo leve, onde a campanha de difamação contra o genitor alienado fora branda, se refletirá apenas a discórdia entre pai e filho.
Do tipo moderado, onde passa haver estresse ou inconvenientes para os encontros, ocorre um distanciamento do filho para com o genitor alienado, podendo se estender até outros membros de sua família, demostrando cumplicidade com o outro genitor.
Do tipo grave, as visitas são quase impossíveis de ocorrer por uma série de impedimentos, é o filho em si que se demonstra relutante, manifesta veneração pelo genitor supostamente alienador e profere infâmias, aparenta medo, repudio, hostilidade contra o genitor que alega estar sendo alienado. Comportamentos estes que aparentam ter forma espontânea.
Isto posto, há de salientar que em cada estágio da Alienação Parental, é o infante que constrói suas elaborações negativas sobre o genitor definido como alienado, e esse processo ocorre de acordo com a carga de informações que o mesmo teve disponível em seu cérebro ao longo do tempo. De acordo com os comportamentos apresentados por este infante é que será possível identificar o resultado da Alienação Parental, se a hipotética “síndrome” foi instalada, em qual grau se classifica, e se realmente houve esta alienação ou se as informações processadas foram realmente vividas.
Conforme ressaltam, a advogada Cláudia Galiberne Ferreira e o juiz Romano José Enzweiler, “é importante advertir que o próprio Gardner antes de cometer suicídio propôs a retirada do termo síndrome, o que pareceu ser ignorado por seus asseclas”.
Aparentemente, perduram-se fortes indicativos de quo o termo “síndrome” nunca possuiu segurança jurídica, nem mesmo na visão do seu percursor, o que pode ser observado, pelo tanto que se debate a respeito da fragilidade deste termo nos meios de informação.
Para melhor elucidar a posição delicada que se coloca os operadores do direito frente as demandas judiciais as quais alegam “Alienação Parental”, é necessário distinguir de forma inequívoca esta prática da “teoria”.
Nas palavras da Dr. Patrícia Alonso:

Ocorre que Alienação Parental é outra coisa. Foi uma teoria criada em 1985, por Richard Allan Gardner, e que baseado nesta teoria elaborava pareceres para a defesa de pedófilos e abusadores sexuais de menores. Com seus pareceres foram defendidos notáveis atores do cinema americano, magnatas e até mesmo religiosos americanos. Não tem reconhecimento cientifico. Não tem CID. É uma “teoria” e não uma lei. Portanto, era ela utilizada como excludente de criminalidade. E no Brasil não está sendo diferente.

De tal modo, os operadores do direito seguidores dos ensinamentos deixados pelo Dr. Gardner, podem estar sendo responsáveis por vidas colocadas em risco quando se limitarem às incertezas desses estudos, podendo contaminar assim seus pareceres jurídicos quando comodamente os fundamentam citando o nome deste autor.

1.1 DEFINIÇÃO DO TERMO ALIENAÇÃO PARENTAL

Durante muito tempo as mulheres foram consideradas cuidadoras oficiais de seus filhos, até o fim do paradigma da “família patriarcal”, enquanto ao homem cabia o papel de provedor de sustento. Com a evolução do direito de família ambos os genitores passaram a ter isonomia quanto as responsabilidades e cuidados dos filhos.
Devido a nova forma de divisão de papeis nas dissoluções de família, provocou-se demandas de disputa de guarda nas quais os filhos passaram a ser disputados como se mero objeto fossem.
Assim sendo, nas disputas de guarda é possível ocorrer por parte de um do ex-cônjuges a atribuição de defeitos ao outro, com intenção de macular a sua imagem diante dos filhos, na tentativa de manipulá-los, deixando-os contra este progenitor.
A obra de Jose Osmir Fiorelli e Rosana Cathya Ragazzoni Mangini, traz um conceito do que seria Alienação Parental, termo criado pelo psiquiatra norte-americano Dr. Richard Alan Gardner:

Segundo o psiquiatra norte-americano Richard Gardner, a Alienação Parental consiste em programar uma criança para que ela odeie um dos seus genitores sem justificativa, por influência do outro genitor com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente.

Assim, a Alienação Parental é um recurso ardiloso que objetiva mudar a percepção da criança, no intuito de evitar o seu contato com o genitor alienado, podendo ser provocada tanto pela mãe, pelo pai, ou até mesmo por outro cuidador da criança.
Costuma ser comum que o alienante seja aquele que detém a guarda dos filhos, ou pessoa do seu convívio. A criança passa a acreditar em situações distorcidas, faz um juízo negativo, apresentando total abnegação à figura do genitor alienado e completa cumplicidade com o genitor controlador.
Em consonância com a autora Caroline de Cássia Francisco Buosi, a Alienação Parental é uma ação anterior a instalação da Síndrome, um dos genitores começa uma campanha difamatória a fim de afastar o filho deste, sem motivos.

1.2 A ALUDIDA SÍNDROME PROVENIENTE DA ALIENAÇÃO PARENTAL

A terminologia Síndrome da Alienação Parental ao longo dos anos veio recebendo diversas críticas advindas da ótica de profissionais e especialistas em diversas áreas da saúde mental, e também de operadores do Direito. As alegações se fundam pelo argumento de que a SAP não foi reconhecida oficialmente por nenhuma associação profissional e nem científica, sendo que foi rejeitada sua inclusão no DSM – IV (da APA – Associação de Psicólogos Americanos) e no CID – 10 (da OMS – Organização Mundial da Saúde).
De acordo com fonte de informação do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), surgiram novas informações, a psicóloga forense Tamara Brockhausen, membro da Task Force de especialistas mundiais (PASG), organização criada no intuito de incluir o termo Alienação Parental no (CID-11) Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde e no (DCSM-5) Manual de Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais, explica que o termo “Síndrome” está em desuso, porém a Alienação Parental já fora reconhecida pelo CID.
Assim, consta que está prevista a apresentação do (CID-11) no mês de maio de 2019 (durante a Assembleia Mundial da Saúde), para que os Estados Membros façam sua adoção, e provavelmente entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022.
Destarte, a Síndrome de Alienação Parental é uma realidade social periódica, se apresenta como o resultado subsequente de um jogo de manipulações conhecido como “Alienação Parental”, feito por um dos pais com o seu próprio filho. Devido desavenças com o ex-cônjuge, o alienante acaba cometendo vários atos que vão desmoralizando e destruindo a imagem do outro genitor, tais retaliações, mesmo que distorcidas da realidade são capazes de serem incutidas na memória da criança como se fossem informações verdadeiras.
De outro modo, uma publicação feita pelo Childhood Brasil, que serviu como fundamentação para a Lei Federal 13.431/2017 que dispõe sobre a escuta protegida, pronunciou que a partir de uma certa idade a criança, mesmo que seja com suas palavras, sabe descrever o que se fez a ela. O que significa que é inoportuno dizer que se tratam de Falsas Memórias implantadas nela.
Nesse sentido, articula a psicóloga e psicanalista de crianças e adolescente Ana Maria Brayner Iencarelli:

Eu sempre pergunto: onde que vendem esse chip de implantar coisas na cabecinha da criança, porque aí a gente implanta para ela fazer o dever de casa, gravar conhecimentos de matemática e português Ninguém implanta memória, porque o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento da nossa inteligência, acontece em um primeiro período que vai até os 11 anos.

Posto isto, devido a fragilidade causada em toda família pelo rompimento do relacionamento conjugal, também pode a criança ficar propensa a acreditar que realmente lhe foi feito mal, a ponto de acusar o genitor que lhe fora caluniado de ter cometido várias formas de abuso, passando a demonstrar aversão, raiva, tendendo a renegá-lo. No exagero de tais fatos é que pode-se originar a dita Síndrome de Alienação Parental.

1.3 ALGUNS CONCEITOS DE SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL

Vários autores trazem em seus livros a definição de Síndrome de Alienação Parental que foi criada pelo psicanalista e psiquiatra infantil Richard Allan Gardner, em meados de 1985, alguns serão a seguir expostos.
Em sua obra, a autora Caroline de Cássia Francisco Buosi, apresenta o conceito de Síndrome de Alienação Parental, termo proposto no ano de 1985 pelo professor de psiquiatria clínica da Universidade de Columbia – EUA, Richard Alan Gardner:

É um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputa de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha degeneratória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome da Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável.

No que tange ao termo Síndrome de Alienação Parental, que é considerada resultado fluído da Alienação parental, são relevantes os sintomas apresentados pelo infante e a forma de expressar suas emoções. O próprio Dr. Gardner admitiu em sua definição, que este termo não se aplica em situações em há resquícios de abuso, ou negligência, justificando a reação opositora da criança contra seu genitor.
Sobre este tema, Maria Berenice Dias, ressalta:

A síndrome da alienação parental (SAP), Também chamada de “implantação de falsas memórias”, foi definida por Gardner como uma perturbação da infância ou adolescência que surge no contexto de uma separação conjugal, e cuja manifestação preliminar é uma campanha por parte de um genitor da criança para denigrir, rejeitar e odiar o outro genitor, sem que este tenha dado motivos que a justifiquem (GARDNER, 1985, p.3-7). Segundo o autor, as consequências advindas de tal campanha podem ser as mais diversas.

No final de relacionamentos conjugais problemáticos, as crianças e adolescentes podem ser mais vulneráveis, sendo assim os atos de alienação contra um genitor pode vir a ocorrer diversas vezes, fazendo com que a criança creia em palavras proferidas em desfavor deste ou em acusações de condutas reprováveis cometidas por ele, sendo que a imaginação é algo tão fértil que pode trocar realidade por fantasia.
A autora Denise Maria Perissini da Silva, fala em seu livro que na obra “A Síndrome da Alienação Parental”, o autor Richard Gardner definiu a SAP como:

Um distúrbio que surge principalmente no contexto das disputas pela guarda e custodia das crianças. A sua primeira manifestação é uma campanha de difamação contra um dos genitores por parte da criança, campanha essa que não tem justificação. O fenômeno resulta da combinação da doutrinação sistemática (lavagem cerebral) de um dos genitores e das próprias contribuições da criança dirigidas à difamação do progenitor objetivo dessa campanha.

Desta forma, só é possível verificar-se há a ocorrência da Síndrome de Alienação Parental, quando manifestações de difamação são proferidas contra o progenitor alienado de forma ativa pela própria criança, e aparentemente não mostrar motivos, as informações trazidas à tona por ela precisam ser o discurso de uma terceira pessoa e terem sido vinculadas de alguma maneira em sua memória.
Outra definição de Síndrome de Alienação Parental, é trazida por Ana Carolina Brochado Teixeira e Ana Luiza Capanema Bahia Von Bentzeen:

A Síndrome da Alienação Parental – SAP é um artifício utilizado por um genitor para coibir o direito à convivência familiar do outro genitor – geralmente o não guardião – com o escopo de neutralizar o exercício da autoridade paternal do mesmo, principalmente no que se refere aos deveres de criação e educação – mas não quanto ao dever de assistência, mediante o pagamento de pensão alimentícia.

Conforme mencionado em momento anterior, bem sabe-se que na atualidade o dever da educação e criação dos filhos é tarefa distribuída a ambos os genitores, além do sustento da prole, sendo assim considera-se crime inventar situações que possam abalar as relações de pai ou mãe com seus filhos, tumultuando ou impedindo a convivência com um dos pais.

TCC – MARCY Definitivo 05 05 okk

JUSTIÇA DE FAMÍLIA AMERICANA SOB SUSPEITA

CÂMARA DE SEGREDOS

Mãe grávida se disfarça para manter a custódia de seus filhos

O sonho americano de Frieda Hanimov já foi uma casa grande em um bairro chique de Nova York. É um mundo longe da pobreza onde ela cresceu.

Seus pais fugiram da Rússia, emigraram para Israel e, aos 18 anos, essa jovem enfermeira foi para a América. Apenas algumas semanas depois, ela conheceu o homem com quem se casaria, Yury Hanimov, cujo negócio eram diamantes. Eles teriam três filhos, Yaniv, Sharon e Natti.

A vida foi boa. Mas, após 13 anos de casamento, Yuri anunciou à esposa que seus negócios estavam falhando. A casa dos sonhos teve que ser vendida e eles se mudaram para um pequeno apartamento no Brooklyn.

Frieda diz que o marido disse que eles tinham que fingir se divorciar. Ela alega que fazia parte de um esquema para ocultar seus bens. “Ele me deu diamantes”, diz ela. “Ele me disse que vale mais de US $ 6 milhões. Ele me disse para não mostrar a ninguém”.

“Eles brilham. Eles são lindos”, acrescenta Frieda, mostrando ao correspondente Lesley Stahl os diamantes.

Mas um dia, Yury não voltou para casa. Frieda diz que ele simplesmente desapareceu com suas roupas e estava inacessível por telefone. E os diamantes? “Zircão”, diz Frieda.

Os diamantes eram falsos, mas os papéis de separação assinados por Frieda eram reais. E ela diz que, sem saber, havia assinado seus direitos a qualquer patrimônio do marido.

“Isso é um crime. O que ele fez comigo foi um crime”, diz Frieda, que contratou um advogado para tentar impedir o divórcio.

Ela depositou suas esperanças na sabedoria de um juiz da Suprema Corte do Estado de Nova York, o juiz Gerald Garson. “Ele veria que isso é um arranjo”, diz ela. “E você sabe, uma mulher casada com o marido, mãe de três filhos, terá seus direitos”.

Mas quando ela entrou na corte dele, suas esperanças foram abaladas. “O juiz me diz que é melhor eu resolver este caso e não tenho chances”, diz Frieda. “Ele me disse que se eu não vou resolver, vou acabar na cadeia.”

O juiz a castigou por alugar um apartamento que ela co-possuía com o marido, sem a permissão dele. Atordoada com o comportamento do juiz, Frieda diz que não viu outra opção a não ser concordar com o divórcio.

“Eu disse: ‘Para o inferno com o dinheiro. Eu sou enfermeira. Eu vou conseguir. Enquanto tiver meus filhos, continuarei minha vida. Não é o fim” “, diz Frieda.

Dois anos depois, Frieda se apaixonou, se casou e ficou grávida.

Frieda diz que seu ex-marido ficou com ciúmes e começou a tentar convencer os filhos de que teriam uma vida melhor com ele. Seu filho de 13 anos, Yaniv, gostou da ideia.

Uma noite, quando Frieda chegou em casa do trabalho, seu ex-marido chamou a polícia. “[Eles disseram:] ‘Seu filho disse que você bateu nele com um cinto'”, lembra Frieda.

Yaniv estava do lado de fora com o pai e disse à polícia que sua mãe o espancara três dias antes. Frieda diz que o filho tinha uma nova marca vermelha no rosto, que parecia nova: “Meu ex-marido apontou para o meu filho e disse: ‘Está vendo? Está vendo a linha vermelha? cinto.'”

Ela diz que não tem ideia de como a marca vermelha apareceu no rosto do filho: “Não sei. As crianças jogam basquete, pulam. Não sei”.

“Nunca bato em meus filhos. Nunca. Sou contra”, acrescenta Frieda. “Meus filhos estão bem vestidos. Muito limpos. Honras na escola. Tenho orgulho de ser mãe deles.”

Frieda foi presa e, nesse momento, ela diz que seu filho protestou. “Ele disse: ‘Não, não, foi um mal-entendido.’ Então ele foi até o meu ex-marido e começou a bater nele e dizer: ‘Papai, você mentiu para mim. Você disse que eles não vão machucar a mamãe’ ‘”, lembra Frieda.

“Eles me colocaram em uma cela com eu digo 30 a 50 pessoas. Todos nocauteados. Me tremendo. Grávida”, diz Frieda. “Sentado e chorando e eu não posso acreditar que meu filho fez isso comigo. Não é por nenhuma razão. Eu nunca bati no meu filho.”

Então as notícias ficaram ainda piores para Frieda. Seu ex-marido pediu custódia; ele queria todos os filhos. E o homem que decidiu o destino de sua família foi o juiz Garson.

“Quando o juiz Garson me chamou para o quarto dele, ele me perguntou com quem eu queria morar, minha mãe ou meu pai. Então eu disse a ele que minha mãe”, diz Sharon. “Ele me disse que é adulto e decide, se eu goste ou não. Então, qual é o sentido de falar com o juiz se ele nem sequer quer ouvir o que eu quero dizer?”

“Eu disse a ele minha mãe”, diz Natti. “E ele disse: ‘Você nunca sabe o que vai acontecer. Depende de mim.'”

Frieda diz que não ia sentar e esperar: “Não vou perder meus filhos”. Ela ouviu falar de um homem, Nissim Elmann, que poderia ajudar, um empresário que estava se gabando pela cidade que ele poderia influenciar o juiz.

“Eu disse: ‘Deixe-me ligar para ele'”, diz Frieda. “E ele me diz que esse juiz está no bolso dele.”

Frieda diz que Elmann disse a ela que poderia provar ligando para o juiz. Ela ouviu a conversa e diz que ouviu um homem dizer que ia perder seus filhos em 30 dias. Ela então desligou o telefone, aterrorizada.

Frieda começou a ligar para todas as agências policiais em que conseguia pensar, incluindo o FBI. “Eu estava muito histérica”, diz ela.

Ela foi direcionada a Bryan Wallace, promotor assistente do condado de Kings County, que foi o primeiro investigador a levar Frieda a sério. “Havia um empresário chamado Nissim Elmann que alegou ter influência da parte do juiz Garson”, diz Wallace. “Claro, minhas antenas subiram.”

“Não estamos falando de multa de trânsito aqui ou de alguém pulando uma catraca. Estamos falando de corrupção no sistema judicial. E os peões que estão sendo brincados aqui são crianças”, diz o promotor Noel Downey, que trabalha com Wallace. na divisão de raquetes.

“Explicamos a ela que, em essência, testá-la, para ver se o que ela estava nos dizendo era a verdade”, diz Michael Vecchione, chefe de Downey e Wallace, que sabia que seria difícil provar corrupção nos tribunais.

“Eu disse a eles: ‘Coloque cabos em mim'”, diz Frieda. “Eu vou provar que esse juiz está corrompido.”

“Não podíamos cobri-la dentro do armazém. É um lugar bastante sombrio e assustador. É uma espécie de tijolo e fechou e, assim que Frieda entrou naquele local [ela estava sozinha]”, diz Vecchione. “Suas alegações eram de que um juiz da Suprema Corte havia sido subornado. Ela estava prestes a perder filhos”.

Frieda, grávida de três meses, estava em uma missão secreta para expor a corrupção. Ela foi a um armazém no centro do Brooklyn para se encontrar com Elmann.

“Não sabíamos realmente do que Nissim Elmann era. Não sabíamos do que ele era capaz”, diz Vecchione, que designou as detetives Jeanette Spordone e George Terra para Frieda.

Os detetives ligaram Frieda. “Ela era um tigre. Ela estava protegendo seus filhotes”, diz Spordone. “Foi corajoso da parte dela entrar lá. Paramos e a assistimos entrar. Realmente não sabíamos o que estava acontecendo dentro daquele armazém.”

Frieda encontrou Elmann bem em seu escritório. A conversa deles foi principalmente em hebraico. Elmann diz a Frieda que o juiz está analisando os documentos enviados por seu ex-marido. Frieda então pede a Elmann, que lhe mostra o celular, o número do juiz Garson na tela.

Elmann, um vendedor de eletrônicos, garante que ela ganhará a custódia de seus dois filhos mais novos, mas isso custará a ela.

Duas semanas depois, Frieda, usando um fio novamente, visita Elmann para negociar um preço para seus filhos. O preço para manter a custódia de Sharon e Notti era de US $ 9.000.

Frieda diz que funcionou. Ela diz que o juiz Garson e Paul Siminovsky, um advogado designado por Garson para representar seus filhos, logo começaram a tratá-la de maneira diferente. “Eu estava vendo resultados”, diz Frieda. “No começo, eu era tão perigosa. Agora, eu sou uma mãe muito boa.”

“Ela viu tanta diferença, como as pessoas a tratavam de cima para baixo”, diz Downey. “Nós percebemos isso também.”

Agora, cabia ao promotor público descobrir como um vendedor de eletrônicos do Brooklyn poderia estar influenciando as decisões de custódia. Eles deram um toque no telefone de Elmann.

Na fita, Elmann garante a Siminovsky que ele está trabalhando para conseguir dinheiro com vários litigantes de divórcio. Simonovsky também se vangloria de beber com o juiz Garson.

Os detetives começam a seguir Siminovsky, que é visto em uma fita de vigilância abraçando Elmann. “Siminovsky e Elmann têm um relacionamento muito estreito”, diz Downey. “Siminovsky tem uma relação muito estreita com o juiz”.

Os investigadores acreditavam ter descoberto a cadeia alimentar, literalmente. Vecchione mostrou 48 horas no bar onde “Siminovsky e o juiz se encontrariam para almoçar, tomar bebidas e jantares”.

“Eles eram muito conhecidos nos arquivos porque estavam lá todas as tardes”, acrescenta Spordone. “Muito amigáveis. Eles eram amigos.”

“Estou falando de um advogado que levaria o juiz para almoçar, tomar bebidas e jantares”, diz Downey. “Nem uma vez, mas estamos conversando várias centenas de vezes. Toda vez, Siminovsky pagou.”

“Paul Siminovsky pagaria a conta. Era um dado”, diz Terra. “As pessoas sabem que este advogado está perante este juiz em um caso. Está errado. É inapropriado. É antiético.”

Se era isso que acontecia em público, as autoridades queriam saber o que estava acontecendo a portas fechadas. As decisões judiciais estavam sendo compradas?

Em uma noite fria de dezembro, detetives do escritório do promotor público entraram nas câmaras do juiz Garson. Eles colocaram uma pequena câmera no teto dele.

“Tínhamos uma micro-ondas que lia sinais voltando ao nosso escritório”, diz Vecchione. “Tínhamos pessoas que o monitoravam o dia inteiro e à noite”.

Apenas algumas semanas depois que Frieda, apavorada com a perda de seus filhos, começou a trabalhar disfarçada para tentar provar se o juiz Garson estava recebendo recompensas, o promotor público começou a vigiar o juiz e suas reuniões com Siminovsky.

“Você tem esse advogado Siminovsky se sentindo inapropriado com um juiz que já apareceu antes, com quem ele tem casos”, diz Downey.

Um dos clientes de Siminovsky era o marido de Sigal Levi, Avraham Levi. Os detetives ouviram secretamente o juiz Garson dizer a Siminovsky que seu cliente ganharia a casa da família – e que Levi “iria embora sem nada”. Posteriormente, Garson instrui Siminovsky como escrever um memorando sobre o assunto.

Segundo os investigadores, o juiz e o advogado disseram coisas sobre outras mulheres também. “A maneira como ele falou sobre as mulheres foi realmente muito além de sexista”, diz Downey. “Eu acho que isso é perturbador.”

Os investigadores dizem que ouviram Siminovsky contar a Elmann o que Garson disse sobre Frieda. “O juiz estava admirando seus lábios”, diz Vecchione.

Mas a pior coisa que estava acontecendo nas câmaras de Garson, segundo os investigadores, eram as propinas – na forma de um trabalho lucrativo. “Você vê os números de atribuição de Siminovsky quase triplicar”, diz Vecchione.

Os investigadores dizem que todos os vinhos e refeições do juiz valeram a pena para Siminovsky em grande forma. Se uma criança precisasse de representação em um caso de custódia, Garson designaria Siminovsky como guardião da lei – e os pais divorciados ou os contribuintes pagariam a conta, geralmente dezenas de milhares de dólares.

O comportamento de Garson foi especialmente terrível para Joe Hynes, o promotor público responsável. Para ele, a investigação foi pessoal.

“Vi como os tribunais tratavam minha mãe quando ela estava sendo espancada por meu pai. Tenho um interesse muito especial em garantir que as coisas não continuem”, diz Hynes. “Francamente, fiquei chocado que tudo estivesse acontecendo. Pensei que houvesse mudanças significativas na maneira como os tribunais agiam em relação às mulheres litigantes e seus filhos”.

O procurador do distrito achou que tinha os bens de Siminovsky, mas queria o juiz Garson. Ele disse à sua equipe para oferecer um acordo a Siminovsky e fazê-lo virar. Eles recomendariam que Siminovsky não cumprisse pena de prisão.

Era uma oferta que ele não podia recusar. Simonovsky aceitou o acordo; ele usaria um fio e iria ver o juiz.

O promotor público comprou uma caixa de charutos de US $ 275. “E uma tarde, depois que Siminovsky foi almoçar com o juiz, e depois que ele pagou o almoço novamente, voltou para a sala de assalto, deu a ele a caixa de charutos”, diz Vecchione. “E disse: ‘Obrigado por sua ajuda no caso Levy.'”

Em seguida, Siminovsky trouxe US $ 1.000 em dinheiro como agradecimento a Garson por encaminhar um caso a ele em outro tribunal.

“Você o vê enfiar a mão no bolso e ele tira mil dólares, e ele o entrega ao juiz e o juiz o leva e coloca no bolso da calça”, diz Vecchione, descrevendo o que está acontecendo na fita. “Siminovsky vai embora, e o juiz tira do bolso. Pega algumas notas e coloca em outro bolso e coloca algumas em um envelope.”

O juiz Garson chama Siminovsky de volta ao seu escritório. Ele diz a Simonovsky que é muito dinheiro e tenta devolvê-lo. Mas Siminovsky insiste e, no final, Garson fica com o dinheiro. “O que todos suspeitávamos que ele faria, ele realmente fez”, diz Vecchione.

“Joe Hynes, o promotor do caso, não gostaria de nada melhor do que marcar Jerry Garson com o fato de ter aceitado suborno”, diz o advogado Ronald Fischetti, que representa o juiz Garson, e diz que o comportamento do juiz pode parecer ruim, mas não há nada de ilegal nisso.

“Ele nunca consertou um caso. Ele nunca aceitou dinheiro em nenhum caso. Os US $ 1.000 eram uma taxa de referência que Paul Siminovsky disse: ‘Você me indicou um caso. Eu recebi uma taxa. E aqui estão os US $ 1.000”.

Os juízes devem receber taxas de indicação? “Absolutamente não. E ele tentou devolvê-lo três vezes”, diz Fishetti.

“Mas ele não tentou devolver tudo”, diz Stahl.

“Ele fez. Todo o $ 1000”, diz Fischetti. “Você o vê contando. Coloque em um envelope, abra uma gaveta e devolva a ele. Essa é a nossa posição.”

Mas Garson acabou pegando. “Você já ouviu falar da lei do aprisionamento, tenho certeza”, diz Fischetti, que acrescenta que Garson não mostrou a Siminovsky nenhum tratamento especial em troca de todas essas refeições.

“O único suborno que ele é acusado de tomar é o almoço e o jantar com Paul Siminovsky, a fim de ter um tratamento favorável a Paul Siminovsky e dar-lhe tutelas legais. Agora digo, quero dizer, que é tão ridículo em seu rosto. Uma pessoa como Jerry Garson, que é juiz da Suprema Corte, não usará suas vestes como hambúrguer “.

“Mas o juiz está gravando e treinando Siminovsky sobre como vencer o caso diante dele”, diz Stahl. “Ele está lhe dando lições. Ele está dizendo a ele como escrever memorandos. Está gravado.”

“Eu entendo isso. Ele tomou uma decisão sobre a propriedade nesse caso, e o que ele estava fazendo é dizer a Paul Siminovsky, em suas próprias palavras, que ele havia declarado seu favor, e você vai ganhar. E isso está errado, “diz Fischetti.

“Ele diz: ‘Seu cliente vai ganhar. Mas ele não merece isso'”, diz Stahl. “Parece que ele está dizendo: ‘Eu não deveria estar fazendo isso. Mas, por causa do nosso relacionamento, eu vou.”

“Isso não está correto”, diz Fischetti.

Mas 48 horas depois que o juiz Garson pegou esse dinheiro, os detetives o pegaram e o levaram a um lugar que eles chamam de “o Gulag”. Os US $ 1.000 ainda estavam em seu bolso.

Quando o juiz Garson viu o que os investigadores tinham gravado, eles disseram que ele se ofereceu para fechar um acordo. Mas no final, desmoronou.

Nove meses depois que Frieda se escondeu, as autoridades prenderam Garson e o acusaram de receber suborno. Aceitar todos esses almoços grátis pode colocar o juiz atrás das grades por até sete anos.

Quando os investigadores invadiram o armazém de Elmann, eles encontraram um tesouro de documentos. “Quando essas gavetas são abertas, você se sente em uma sala de arquivos via satélite para o tribunal matrimonial”, diz Downey.

Os investigadores prenderam Elmann, o secretário aposentado Paul Sarnell e o juiz Louis Salerno, do juiz Garson. Eles foram acusados ​​de aceitar subornos para levar os casos ao tribunal de Garson.

Uma fita de vigilância mostra Salerno aceitando suborno, uma sacola cheia de eletrônicos, bem nos degraus do tribunal.

“É uma conspiração, em primeiro lugar”, diz Downey, que acrescenta que o desenrolar de tudo isso começou com Frieda.

Mas havia dezenas de mulheres que afirmam que, por causa da juíza Garson, perderam a custódia de seus filhos.

Sigal Levi, a mulher cujo divórcio Garson estava discutindo na fita secreta, sempre suspeitou de corrupção. Na verdade, é ela cuja dica para Frieda sobre Elmann iniciou Frieda em sua cruzada.

Garson foi preso antes de se pronunciar sobre o caso de Levi, mas seu marido se declarou culpado de conspirar para subornar o juiz. “Ele me disse que procurou as pessoas certas para cuidar de mim”, diz Sigal Levi.

O marido pagou a Elmann US $ 10.000. Ironicamente, ele diz que é a vítima, e que só o fez porque Elmann o ameaçou e disse que perderia tudo se não pagasse.

“Eu sabia sobre o divórcio de Sigal provavelmente antes dela. Eu sabia o nome dela, o que estava acontecendo”, diz Lisa Cohen, que sabia porque ela e o marido eram amigáveis ​​com Elmann.

“Eu sabia que ele tinha o juiz no bolso. Eu sabia que ele era muito amigável com o juiz e também tinha um relacionamento muito íntimo com Paul Siminovsky. … Pela boca do cavalo, ele me disse: ‘Qualquer favor que você precise , o juiz está no meu bolso. ‘”

Então, quando Cohen e seu marido se divorciaram no final daquele ano, ela diz estar aterrorizada: “Recebi o aviso pelo correio para comparecer à Suprema Corte. E com certeza, o nome do juiz Garson estava ali. Disse que é isso. Estou condenado. Estou consertado. E está tudo acabado. ”

A promotora não acusou o ex-marido de Cohen de nenhuma irregularidade, mas ainda acredita que a amizade de seu marido com Elmann a machucou. Ela sente que o juiz Garson a deixou com o apoio da criança.

Garson não foi acusado de fixar nenhuma decisão, mas um juiz administrativo foi nomeado para revisar suas decisões de divórcio e custódia.

Elmann, o homem que supostamente era o guardião da corte corrupta de Garson, sentou-se com 48 horas para sua primeira entrevista. Ele tinha seu advogado, Gerald McMann, ao seu lado.

Ele já subornou o juiz Garson? “Absolutamente não”, diz Elmann.

E Siminovsky? “Não tive a impressão de suborná-lo”, diz Elmann.

De fato, Elmann foi acusado de conspiração para subornar praticamente todo mundo na corte do juiz Garson, dos funcionários Salerno e Sarnell, a Siminovsky, e o próprio juiz Garson.

Mas Elmann diz que nunca conheceu o juiz, e que ele estava apenas tentando ligar para um advogado que o juiz parecia favorecer: “Eu estava realmente demonstrando que sou um figurão e esse foi o meu maior erro. Eu vivo estava se exibindo. ”

“Quando você disse a Frieda que se ela não pagasse, ela perderia os filhos em 30 dias, o que você quis dizer”, pergunta Stahl.

“Não há dúvida de que suas respostas a ela em muitas ocasiões, se fossem verdadeiras, seriam criminosas. Mas elas não eram verdadeiras”, diz McMann. “Ele estava dizendo a essas pessoas que ‘tenho o juiz no bolso. Ah, acabei de falar com o juiz Garson. Acabei de fazer isso.’ Nenhuma dessas coisas era verdadeira, nem uma única. ”

Elmann enganou Frieda? “Eu poderia ter feito isso”, diz ele. “Apenas para acalmá-la.”

Elmann agora diz que mentiu para Frieda quando lhe disse que seu ex-marido já havia subornado o juiz. E, de fato, não há evidências de que o ex dela tenha deixado dinheiro para ninguém, e ele não foi acusado de qualquer irregularidade.

Ainda assim, Elmann convenceu Frieda de que seu ex não era bom e levou US $ 9.000 dela. Ele diz que deu tudo a Siminovsky.

“Nem um centavo [eu mantive]”, diz Elmann. “Tudo, eu dou, nem um centavo”.

“O que ele fez por alguém, exceto pelo bolso. É isso. O que ele fez? Ele destruiu a vida das crianças, e eu não tenho respostas para os meus filhos. Eu simplesmente não tenho”, diz Cohen.

Mas Elmann e seu advogado acreditam que, se os motivos de alguém deveriam estar em questão, deveriam ser os de Frieda.

“Frieda Hanimov não é um cruzado, tentando limpar a corrupção no Brooklyn. Joe Hynes também não”, diz McMann. “Frieda é uma ferramenta útil para que Joe Hynes possa obter publicidade para o seu caso”.

McMann está sugerindo que Frieda não é uma pessoa muito verdadeira? “Não estou sugerindo”, diz McMann. “Estou afirmando categoricamente. Ela é uma mentirosa.”

McMann chama Frieda de abusador de crianças que encontrou uma maneira de fazer com que as acusações fossem retiradas. Ela bateu no filho? Vecchione diz: “Nenhum de nós acredita que sim. Ela sentiu que o marido estava manipulando seu filho, e foi o que aconteceu”.

Mas Frieda ainda precisa convencer a corte de que ela é a melhor mãe para criar seu filho mais velho. E por dois anos após a prisão do juiz Garson, ela ainda está lutando pela custódia.

Finalmente, Yaniv, que ainda diz que sua mãe o agrediu, concorda em morar com ela porque ele quer estar perto de sua escola.

“Eu recuperei meu filho. É como se meu coração fosse como saltar para cima e para baixo. Esse é o sonho de toda mãe”, diz Frieda. “Você sabe, ter filhos de volta. Não posso expressar isso. Esta é uma grande vitória para mim. Uma grande vitória. Estou tão feliz. Conseguimos.”

Parece que mulheres de todo o país ouviram falar do que ela fez.

“Sou apenas uma mãe, que luta contra o sistema e venceu”, diz Frieda, que está sendo comparada a Erin Brockovich.

Todo mês, as mulheres se reúnem na casa de Frieda. E se Frieda ouve o que ela acha que é evidência de corrupção, ela chama seus novos amigos na aplicação da lei.

“Se eu puder ajudar essas pessoas”, diz ela. “Eu estive lá uma vez. Se eu posso ajudar essas mulheres, por que não?”

Após a prisão do juiz Garson, os administradores do tribunal formaram uma nova comissão para reformar o tribunal de divórcio de Nova York. Neste dia, Judith Sheindlein está falando. Antes de ela ser a juíza da TV, Judy, ela era uma juíza de família em Nova York por 25 anos.

Ela diz que o caso do juiz Garson é um alerta para Nova York e o resto do país. “Não conheço todos os fatos. Só sei o que li no jornal”, diz Sheindlein. “Mas certamente, aqui está um homem que levou o judiciário a desonrar por causa de pelo menos sua estupidez. Pelo menos sua estupidez.”

E ela diz que conheceu muitos juízes com mau julgamento. “Não há dúvida de que as decisões são tomadas todos os dias nos casos, por causa do compadrismo”, diz Sheinlein.

Independentemente de o juiz Garson ser considerado culpado ou não, o promotor distrital credita Frieda por forçar a liderança do tribunal a reexaminar como eles escolhem juízes, lidam com casos de custódia e treinam guardiões da lei.

“Frieda fez isso? Aposto que ela fez”, diz Hynes. “Não fosse Frieda, duvido muito que alguém soubesse disso.”

Agora, Hollywood chegou chamando. Um roteirista está acompanhando Frieda.

A linha do roteiro é simples: um imigrante russo, para quem o inglês é uma terceira língua, expôs um potencial esgoto de corrupção em um tribunal americano.

O vendedor de eletrônicos Nissim Elmann se declarou inocente e será julgado na próxima semana.

O secretário aposentado Paul Sarnell foi considerado inocente de todas as acusações. O oficial de justiça Louis Salerno foi condenado por receber suborno e aguarda sentença.

O juiz Gerald Garson se declarou inocente e será julgado neste outono.

https://www.cbsnews.com/news/chamber-of-secrets-18-02-2005/