ESTUDOS “ACE” OU ESTUDO SOBRE EXPERIENCIAS ADVERSAS NA INFANCIA – II

COMUNIDADES – À medida que o conhecimento sobre a prevalência e as consequências das ACEs aumenta, mais comunidades buscam integrar práticas informadas sobre trauma e construção de resiliência em suas agências e sistemas. Tarpon Springs, Flórida, tornou-se a primeira comunidade informada sobre trauma em 2011. As iniciativas informadas sobre trauma em Tarpon Springs incluem treinamento em conscientização sobre trauma para a autoridade habitacional local, mudanças nos programas para ex-infratores e novas abordagens. para educar os alunos com dificuldades de aprendizagem. Pesquisas com comunidades tribais do índio americano demonstraram que o apoio social e o envolvimento cultural podem melhorar os efeitos das ACEs.
Precisamos levantar um força tarefa de conscientização nos condomínios, por exemplo, alertando que todos somos responsáveis pelo condomínio onde moramos. Que o trabalho que precisamos realizar passa pelo crivo da preservação físico do imóvel, quanto também pelo crivo da moral e dos bons costumes. No item “bons costumes”, envolve o alto volume emitido das unidades que incomodam a todos, alto volume que no seu cerne está brigas, chingamentos e que se não for rechaçado pode redundar em morte.
Inclusive é muito importante alertar os moradores que suicídios e mortes dentro das unidades sofre uma depreciação econômica, como também o condomínio todo. Portanto a “saúde” mental de todos, beneficiará a todos também.
Em decorrência da violência urbana, as crianças estão cada dia mais vivendo enclausuradas dentro de suas casas. O Estado deveria promover incentivos fiscais aos condomínios para que tenham áreas de lazer para as crianças, como também cursos nos salões de festas dos condomínios para que assim as crianças possam ter entretenimento, com direito a certificado de participação promovido pelas Secretarias do Bem estar Social.
Serviços sociais – Os prestadores de serviços sociais – incluindo sistemas de assistência social, autoridades habitacionais, abrigos para desabrigados e centros de violência doméstica – estão adotando abordagens informadas sobre trauma que ajudam a prevenir ACEs ou minimizar seu impacto. A utilização de ferramentas que examinam o trauma pode ajudar um trabalhador do serviço social a direcionar seus clientes para intervenções que atendam às suas necessidades específicas. As práticas informadas sobre o trauma também podem ajudar os prestadores de serviços sociais a ver como o trauma afeta toda a família.
As abordagens informadas ao trauma podem melhorar os serviços de bem-estar infantil: 1) discutindo abertamente o trauma e 2) abordando o trauma dos pais. A Divisão de New Hampshire para crianças, jovens e famílias (DCYF) está adotando uma abordagem informada sobre trauma em seus serviços de assistência social, educando a equipe sobre trauma infantil, examinando crianças que entram em assistência social para trauma, usando linguagem informada sobre trauma para atenuar traumatização adicional, orientando os pais biológicos e envolvendo-os na criação de filhos em colaboração e treinando os pais adotivos para serem informados sobre o trauma.
Em Albany, Nova York, a Iniciativa HEARTS levou as organizações locais a desenvolver práticas informadas sobre trauma. Senior Hope Inc., uma organização que atende adultos com mais de 50 anos de idade, começou a implementar a pesquisa ACE de 10 perguntas e a conversar com seus clientes sobre trauma na infância. A Escola LaSalle, que atende meninos órfãos e abandonados, começou a observar meninos delinqüentes de uma perspectiva informada por trauma e começou a administrar o questionário ACE a seus clientes.
As autoridades habitacionais também estão se informando sobre o trauma. Às vezes, a habitação de suporte pode recriar a dinâmica de controle e poder associada ao trauma inicial dos clientes. Isso pode ser reduzido por meio de práticas informadas ao trauma, como treinar a equipe para respeitar o espaço dos clientes, agendando compromissos e não se deixando entrar nos espaços privados dos clientes, e também entendendo que uma resposta agressiva pode estar relacionada ao trauma.
Estratégias – A autoridade habitacional em Tarpon Springs forneceu treinamento para conscientizar os traumas dos funcionários, a fim de que eles pudessem entender e reagir melhor ao estresse e à raiva de seus clientes, resultantes do mau emprego, saúde e moradia.
Uma pesquisa com 200 pessoas sem-teto na Califórnia e Nova York demonstrou que mais de 50% haviam experimentado pelo menos quatro ACEs. Em Petaluma, Califórnia, o Comitê do Sem Abrigo (COTS) usa uma abordagem informada sobre trauma chamada Suporte Integral Restaurativo (RIS) para reduzir os sem-teto entre gerações. O RIS aumenta a conscientização e o conhecimento sobre as ACEs, e solicita que os funcionários sejam compassivos e se concentrem em toda a pessoa. O COTS agora se considera informado pela ACE e se concentra na resiliência e recuperação.
Portanto, através dos Estudos Sounders, podemos identificar os traumas, e combater os comportamentos repetitivos que nos assolam diariamente, pois esses comportamentos apontam para a nossa necessidade interna.
(https://www.psicologiaviva.com.br/blog/comportamentos-repetidos-mostram-nossas-necessidades-internas/)
Essa “identificação”, a psicologia denomina “inteligência emocional”. (https://www.psicologiaviva.com.br/blog/inteligencia-emocional/) que diferentemente do quociente de inteligência (QI), a inteligência emocional não trata de conhecimentos de cunho intelectual, científico ou acadêmico, mas de saber reconhecer e lidar com sentimentos e emoções, visando ao desenvolvimento pessoal e/ou profissional.
Como já vimos anteriormente, a ciência já comprovou que doenças cardíacas, câncer e diabetes, entre outras, têm relação com sentimentos não trabalhados corretamente pelo paciente.
Nesse ponto é muito importante ressaltar que para caminharmos em projetos importantes, temos que tomar cuidado com técnicas que não são reconhecidas na OMS e na APA, como por exemplo a chamada “Constelação Familiar”.
Essa técnica envolve hipnose, regressão, e inclusive consultas a pessoas que já morreram. Idealizada por Bert Heling, um ex-nazista alemão, que se converteu ao catolicismo, e criou a “CONSTELAÇÃO FAMILIAR” como uma terapia progressista com cunho religioso. Portanto por falta de cientificidade, não concordo com essa “terapia”.
Mas o que é mais importante trabalharmos na Inteligência Emocional é a questão dos 03 princípios da psicologia que é: pertencimento, hierarquia e equilíbrio.
Na verdade, o Brasil está em processo de transição e esses 03 fatores precisam a cada dia ser elaborado em todos os níveis sociais, pois, grande parte dos problemas que hoje enfrentamos é a negação de não pertencermos a nada.
Com a dissolução da Família, e da guarda compartilhada, um dos comportamentos mais gritantes que a Justiça vem impondo é que a criança deva viver 50/50 do seu tempo em ambas as casas.
Importante salientar que as familias nunca vivem com seus membros 50/50 % do seu tempo juntos. Ora estão dormindo, ora estão trabalhando, ora estão na escola, enfim, essa forma de pensar é falacioso na medida que conhecemos como é a vida cotidiana de todos nós.
Quando falamos em guarda compartilhada 50/50 estamos colocando as crianças numa situação que nem nós adultos suportamos.
Imaginemos você todos os dias dormindo uma noite em uma cama, e na outra em outra cama alternadamente.
Você gosta de determinado cobertor, tem seus pertences prediletos, gosta de dormir de determinada maneira, mas por decisão judicial, voce obrigado a ter duas casas, dois quartos, coisas diferentes em um lugar e no outro, sua cama deveria ser trocada pelo menos de 15 em 15 dias, mas é trocada de 30 em 30 dias, porque não é todo dia que voce dorme nela. Voce tem relacionamento de amigos de forma superficial, pois cada dia voce está em uma casa. E aos finais de semana que é o tempo para se programar para divertir, voce (como criança) precisa se programar qual final de semana que voce vai estar para assumir compromissos com seus amigos.
E se seu amigo faz aniversario na casa onde não é o final de semana que voce está, logo, voce vai perder aquela festa que vai estar a turma toda. Conclusão: No dia seguinte na escola todos os seus colegas vão falar daquela festa “badalada” na qual você não pode ir, por causa da “bendita” guarda compartilhada imposta pela Justiça.
Alias, ninguém perguntou para essa criança como ela se sente, se ela queria ou não, ou qual sua opinião a respeito.
Logo, essa criança vai crescendo sofrendo Bulling pois sua condição de vida faz se sentir “um pato fora da lagoa”, você se sente menosprezado e sua voz não tem vez, então começa a ter comportamento anti-social, e a vida começa a ficar sem sentido pois a relação de “pertencimento” cada dia mais fica fragilizado.
Ter 02 casa e como não ter nenhuma. Você não administra nenhuma das duas casas, voce não cria raizes, logo isso vai projetar na vida futura em adultos que não tem ambição de possuir bens, porque enquanto crianças não foram treinados a adquir coisas e cuidar delas.
Vamos ver se estou certa?
A Geração Y, também conhecida como Millennials, já representa a maior parte da população na América e em breve ganhará o seu espaço no mercado de trabalho. Eles são responsáveis por comandar aproximadamente US$ 1,3 trilhão em gastos dos consumidores anuais.
Segundo um estudo realizado nos EUA pela plataforma online de gerenciamento de eventos Eventbrite, os indivíduos nascidos de 1980 a 1996 não só valorizam experiências, mas também dedicam seu tempo e dinheiro com eles próprios.
Ainda de acordo com o levantamento, estes jovens acreditam que a felicidade não está concentrada em bens materiais ou em status na vida profissional, mas sim em criar, compartilhar e capturar memórias adquiridas por experiências.
As gerações anteriores costumavam investir o seu dinheiro em bens materiais, como possuir o primeiro carro o quanto antes. Já comprar a primeira casa significava a realização de um sonho e os Millennials não têm essa meta como foco principal.
A pesquisa concluiu que 78% dos jovens da Geração Y escolheriam gastar dinheiro com experiências em vez de objetos materiais e 55% afirmaram que estão, mais do que nunca, gastando nestas experiências.
Oito em cada 10 pessoas (82%) frequentaram mais experiências ao vivo no ano passado, como festas, shows, festivais e esportes do que gerações mais velhas (70%). Cerca de 72% dos entrevistados também dizem que gostariam de poder aumentar os seus gastos nessas experiências no próximo ano, mais do que com objetos físicos.
Aproximadamente 77% dos jovens da Geração Y dizem que as suas melhores lembranças foram obtidas de experiências e eventos ao vivo e 69% acreditam que o costume faz com que eles se sintam mais ligados às pessoas, à comunidade e ao mundo.
A pesquisa também fala sobre o FOMO, que significa um medo de que, por exemplo, a pessoa perca uma ótima experiência se deixar de ir a uma festa, considerando que cada evento é único e acontece uma vez na vida. Para a geração, o FOMO não é apenas um fenômeno cultural, mas sim uma epidemia. Quase sete em cada dez pessoas (69%) tem FOMO.(https://canaltech.com.br/comportamento/millennials-jovens-preferem-gastar-com-experiencias-do-que-com-bens-materiais-46321/)
(https://oglobo.globo.com/economia/millennials-entenda-geracao-que-mudou-forma-de-consumir-23073519)

Projetando isso para nos próximos 20 anos, tendo em vista que essa noticia foi postada em 2015, a nova geração não vai querer adquirir carro, mas vão utilizar veiculos compartilhados tais como “uber”, metros, ônibus, etc. Também não vão adquiri bens imóveis, logo, o mercado imobiliário ficará lotado de imóveis para a venda e poucos compradores. Teremos um colapso econômico com imóveis baixando de valores, e mesmo assim, sendo vendidos por preço de bagatela, não teremos compradores em potenciais.
Por outro lado essa nova geração, usando o dinheiro como coisas fúteis, tais como festas, viagens, etc., projetando esse comportamento a longo prazo, também serão idosos improdutivos e dependentes economicamente do Estado, pois serão idosos sem familiares, haja vista que essa nova geração não se preocupa em casar, portanto, não terão condições de se auto cuidarem, enchendo a fila dos asilos ou de casas de proteção a idosos do Estado.
Assim, precisamos urgentemente trabalhar nas questões de que, primeiro, pertencemos a uma família e somos parte uns dos outros. Isso é um ponto crucial que precisamos diariamente bater nessa mesma tecla.
O que é importante salientar no contexto familiar não é a questão do tempo, mas na qualidade de tempo que temos gasto entre família. Estar o tempo todo juntos não significa que a família está cumprindo de forma exemplar o seu papel, pois muitas vezes estar junto o tempo todo, tira de nós a possibilidade de novas experiências e novos informes, que posteriormente devem ser trazidos para dentro da família, ser discutido e se for saudável deve ser incentivado para o enriquecimento psicológico do núcleo familiar.
O que precisamos incentivar é mais e mais “ESCOLAS DE PAIS”, pois na realidade ninguém nasce pai ou mãe, mas torna-se. Os desafios da família moderna são inúmeros, mas as necessidades são as mesmas desde os primórdios. Portanto precisamos trabalhar com o fortalecimento do núcleo familiar em todos os “braços” sociais, seja na escola, universidades, igrejas, clubes, etc. Precisamos realmente fazer um “multirão” no sentido de fortalecer a família brasileira.
No quesito HIERARQUIA, penso que está ai o grande vilão das questões familiares. Os papeis hoje se misturam. Em detrimento da questão econômica, temos muitas mulheres trabalhando no mercado de trabalho e muitos homens desempregados. Dessa forma há uma inversão de papéis e grande parte dos processos que visualizamos “abuso de vulnerável” estava exatamente em detrimento desta questão.
Apesar de vivermos em uma Sociedade onde se prega a igualdade parental, não podemos perder de vista que essa “igualdade” passa pelo crivo da “responsabilidade parental”.
A Hierarquia no âmbito familiar é de extrema importância, no entanto, não podemos confundir que essa hierarquia passa pelo crivo da autoridade, mas também pelo crivo do respeito, do amor, da confiança e da ajuda mutua.
Portanto, pai e mãe devem compreender uma Hierarquia de autoridade, como exemplo para com seus filhos, pois a família é a primeira escola da vida. Filhos que não reconhecem a hierarquia família, tem sérias dificuldade de respeitar a hierarquia na escola, no trabalho em todos os ambitos da sociedade.
Portanto, naquela casa onde o pai esta desempregado e a mãe trabalhando, ambos precisam entrar em comum acordo que independente da questão econômica existe uma hierarquia em relação a educação dos filhos. Não é porque a mãe trabalha que ela deve se eximir da responsabilidade da criação de seus filhos, principalmente no que se refere aos cuidados do corpo, sexualidade, etc.
Infelizmente, na atual conjectura, o Estado precisa urgentemente, tomar providencias no sentido de abrir novas frentes de trabalho (finais de semana, empregos noturno, etc) para motivar os homens a voltarem ao mercado de trabalho, e por sua vez, gradativamente, incentivar Mulheres a trabalharem tão somente meio-periodo, para que assim possam se dedicar a educação e cuidado com os filhos. Creio que assim será o primeiro passo para diminuir a questão da violência domestica contra as crianças .
Dra Patricia Alonso – 04/09/2019