Estudo expõe opressão de mães em varas de família no Brasil

Um estudo qualitativo liderado pela Dra. Elizabeth Dalgarno investigou as experiências de 13 mães brasileiras vítimas de violência doméstica no sistema de justiça familiar do Brasil. O estudo revelou que, ao buscarem proteção contra parceiros violentos, algumas dessas mães perderam a guarda dos filhos devido a alegações de alienação parental, um conceito questionável usado para desacreditar relatos de abuso.

O estudo aponta que a legislação brasileira sobre alienação parental, em vigor desde 2010, tem sido usada para punir mães que denunciam violência, enquanto pais acusados de crimes graves, como abuso sexual infantil, muitas vezes escapam de punições. As mães relataram sofrer de diversos problemas de saúde, incluindo o que os pesquisadores chamam de “Trauma Induzido pelo Tribunal e pelo Perpetrador” (CPIT).

O estudo também destaca que investigações criminais sobre abuso sexual infantil foram frequentemente encerradas devido a alegações de alienação parental. A Dra. Dalgarno expressa preocupação com o uso da alienação parental como arma contra mulheres nos tribunais de família e apela ao governo brasileiro para investigar as ligações entre o sistema judicial familiar e os danos à saúde, bem como para fortalecer a proteção dos direitos humanos das mulheres e crianças vítimas de violência. As citações das mães revelam sentimentos de injustiça, impotência e vitimização dentro do sistema judicial.

https://www.manchester.ac.uk/about/news/study-exposes-oppression-of-mothers-in-brazils-family-courts/